“O distanciamento social é um privilégio”, disse o sindicalista e migrante Aboubakar Soumahoro às duas documentaristas que o usaram para registar as condições dos 200 mil imigrantes indocumentados em Itália que, durante a pandemia, mantiveram a agricultura em funcionamento. Quando vejo um líder de extrema-direita chamar “parasitas” aos que fazem o trabalho que mais ninguém quer sinto nojo. É bom ter o privilégio de não ver a desgraça dos que nos alimentam. Nem temos de lhes agradecer
Enquanto Itália se encerrava em casa, alguém garantia que a comida chegava aos pratos. Com o sector agrícola a ganhar uma total centralidade, descobriu quem quis descobrir que havia uns trabalhadores indispensáveis: os 200 mil migrantes indocumentados, a que o mundo “civilizado” chama “ilegais”, como se houvesse humanos que o fossem. Sem que outros imigrantes pudessem entrar e com os italianos pouco dispostos a aceitar tal trabalho, foram eles que trataram de dar de comer ao país.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: danieloliveira.lx@gmail.com
Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate