Não há, não pode haver surpresa sobre o crescimento do Chega. Não o digo por, há um mês, uma sondagem do Expresso e da SIC ter estimado que podia subir aos 20%. Mas sim porque todos nós, no dia a dia, sentimos esse apoio a crescer ao nosso lado: no trabalho, nos cafés, entre amigos e, sim, também entre familiares.
Não pode haver ainda dúvidas sobre quem vota no Chega, porque a cada eleição que passa temos estudos a explicar-nos como está a crescer e quem o apoia. Logo em 2019, quando André Ventura foi eleito para o Parlamento, dois investigadores explicaram que o partido não atraía “apenas os nostálgicos de Salazar – que também há, de forma significativamente maior do que nos outros partidos , mas um eleitorado mais moderno”. E indicavam também nesse estudo que a “insatisfação política" era já catalisadora desse voto, que estes eleitores não eram apenas os perdedores da globalização, antes os que não se sentiam parte dele: “A ansiedade por uma perda subjetiva prova ser mais determinante do que um efetivo declínio de status social”.
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