Boa tarde,
se me estiver a ler nas férias, permita-me um convite: com um clique, mergulhe num dos grandes artigos da revista do Expresso que amanhã chega às bancas e conheça os 37 livros que recomendamos para o seu verão. De banda desenhada a política, de história a poesia, estou certa que por aqui encontrará ideias para ocupar o seu tempo livre.
Se a sua praia for a música, acrescento algumas sugestões: festivais longe das maiores cidades, como o calor pede, são uma delas. A partir de hoje e até sábado, Lamego volta a receber o Zigurfest, Chaves acolhe o Festival N2 (batizado em nome da longuíssima estrada que lá desagua) e Coimbra baralha e volta a dar com o Rocketman, novo nome do festival que nasceu Luna Fest e agora se reinventa na Praça da Canção. Os cartazes estão todos aqui.
Já aqui o disse e mantenho: quem se dá mal com as temperaturas previstas para os próximos dias pode encontrar abrigo no escurinho do cinema, como cantava Rita Lee. A partir de hoje e até 3 de setembro, o cinema Nimas, em Lisboa, faz serviço público com a projeção de 51 filmes dos anos de ouro do cinema italiano. Jorge Leitão Ramos, o cinéfilo de serviço do Expresso, não tem dúvidas: “Se algum leitor perguntar o que deve ver, só tenho uma resposta: tudo!” No artigo a publicar em breve, o nosso crítico destaca as propostas “menos óbvias, possíveis descobertas para gente que se interessa por cinema, que viu Antonioni, Fellini e Pasolini, mas, se calhar não viu Zurlini ou Risi”. Em setembro, o ciclo chega ao Porto.
Outras fitas: fãs da Marvel podem decidir, a partir de hoje, se o novo ‘episódio’ d' O Quarteto Fantástico trata o universo destas personagens com o “respeitinho” devido; entretanto, Rui Pedro Tendinha falou com os protagonistas do filme que promete levar muita gente ao cinema. Um deles é Pedro Pascal, um dos atores mais queridos do momento, que recentemente demonstrou o seu carinho pelos Cure. O que me recorda que, nas férias, fui ver “Corações Partidos”, filme francês sobre dois adolescentes que se apaixonam perdidamente e, anos mais tarde, se reencontram após a saída da cadeia de Clotaire, curioso nome do protagonista. O que tem isto a ver com os Cure? Tudo, pois o filme - que não recolheu os favores da crítica, mas foi um sucesso em França - tem em ‘A Forest’, tema lançado por Robert Smith e comparsas em 1980, uma espécie de personagem extra. Para esta fã, uma escolha que vale cinco estrelas.
Despeço-me com mais duas sugestões: “Annie John”, romance de estreia da caribenha Jamaica Kincaid, escrito em 1985 e publicado em Portugal no ano passado, que li em duas ou três tardes ao sol e sobre o qual escrevi aqui, e “Smoke Ring For My Halo”, disco que o norte-americano Kurt Vile lançou em 2011 e que esta semana, por mecanismos de memória que talvez Freud explique, regressou à minha playlist mental.
Há 14 anos, estava em Paredes de Coura - vila minhota que por estes dias prepara mais uma edição do festival que a colocou no mapa - quando um amigo me perguntou se perguntou se conhecia o senhor Vile, que nesse ano tocava no palco secundário. Confessando a minha ignorância, ouvi a mais sintética e eficaz sinopse de sempre: “É um gajo com uma guitarra, vais gostar”. Gostei, sem dúvida, e gosto até hoje do caudal de álbuns que o rapaz de Filadélfia tem lançado. Mas como raras vezes há amor como o primeiro, ou porque acordei com isto na cabeça, regressei há dias a “Smoke Ring For My Halo”, um disco perfeito para quem gosta de riffs atrevidos, canções lânguidas e, enfim, gajos com guitarras.
Tenha um excelente fim de semana e até quinta!
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