Bom dia, caro leitor/utilizador/amigo/espectador.
As sondagens que nos chegavam dos Estados Unidos da América, bastião da democracia ocidental, apontavam para as eleições “mais renhidas de sempre”. Mas não foi isso que se viu sair das urnas, a espelhar uma nação por vezes tão surpreendente e incompreensível para o resto do mundo…
Com uma retórica primitiva, apontada a uma América profunda, cansada do poder arrebanhado pelas minorias de todas as cores, credos, manias e vontades, um homem que nunca concorreu a qualquer cargo público – antes de ter sido eleito Presidente, em 2016 –, pode orgulhar-se de ter abanado o sistema político mais sólido do mundo moderno. Algo só provável e possível no país das oportunidades, na terra dos livres, no lar dos bravos.
Misógino convicto, há oito anos venceu – sem convencer – uma mulher branca, Hillary Clinton. A seguir, perdeu para um político de carreira, Joe Biden. Agora, volta a bater uma mulher – desta vez, mestiça – nas urnas. E por uma larga e insondável margem, dando a entender que esta América desunida ainda não está preparada para ser governada pelo outrora “sexo frágil”.
Um magnata num paraíso de magnatas, Donald Trump emerge para o seu segundo mandato com poderes quase totais, numa verdadeira maioria absoluta que arrebata também o Senado e, provavelmente, a Câmara dos Representantes.
Trump tem agora um novo bilhete, um reluzente bilhete VIP, e vai levar com ele todo um país, um continente, um planeta, oito mil milhões de passageiros sem direito a voto, para esta nova viagem na sua assombrada montanha-russa. Uma jornada que se prevê imprópria para cardíacos.
God bless America! God bless us all!
Debaixo de água
E se a intempérie que se abateu sobre Valência atingisse terras portuguesas? A Agência do Ambiente identifica oficialmente 63 zonas de risco de inundações no continente, abrangendo uma área onde vivem pouco mais de 100 mil pessoas. E o número tem vindo a aumentar muito nos últimos dez anos...
INEM ligado à máquina
O Expresso teve acesso à troca de comunicações entre o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, Ana Paula Martins, ministra da Saúde, e o seu gabinete e secretários de Estado. Todos foram ‘notificados’ no dia 10 de outubro, e por duas vezes, mas nunca responderam. Entretanto, já são sete as mortes que podem estar associadas à demora no socorro por conta de longas esperas no 112.
PS em polvorosa
A polémica no PS em torno de Ricardo Leão, autarca de Loures, teve não só o condão de provocar o primeiro choque frontal entre Pedro Nuno Santos e António Costa como também de causar divisões graves dentro do próprio “pedronunismo”. “É o problema desta história: estilhaçou tudo dentro do PS”, desabafou um membro do secretariado do partido, considerando que este caso acaba por ser ainda mais danoso do que o das divisões internas face ao OE 2025.
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Tudo a trabalhar
Números do emprego em Portugal atingem o valor mais alto desde 2002. No terceiro trimestre de 2024 a Economia nacional tinha 5,14 milhões de postos de trabalho. Educação e comércio lideram a criação de novas vagas.
Novidades 5G
O avanço da quinta geração de redes móveis e o impacto que é suposto ter na economia e na sociedade tardam em chegar. As operadoras, que já investiram perto de €1000 milhões na tecnologia em Portugal, reconhecem que o retorno do investimento no 5G ainda está bastante aquém do esperado. Entretanto, depois de mais de 20 anos sem novos “players” no mercado, a romena Digi estreia-se com ofertas sem fidelização e preços mais baixos, mas com limitações na cobertura e nos conteúdos.
Casa procura-se
Desde a pandemia tem aumentado a importância das moradias na procura de habitação no país. Em consequência do confinamento, muita gente decidiu trocar os centros urbanos pelas zonas mais periféricas e o peso nos números totais de transações imobiliárias subiu de 18% para 25%, superando os apartamentos T3.
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Agora, a droga
Roupas, acessórios, brinquedos, aparelhos tecnológicos e até carros… Quase tudo o que podemos comprar – principalmente online – é produzido na China. Desta vez, é uma droga mortal que vem do Oriente para invadir Portugal e a Europa. Os “nitazenos” são responsáveis por quase uma morte diária por overdose no Reino Unido e também já mataram no Báltico, em França e nos EUA. Podem ser encomendados às claras pela internet e chegam em latas de comida de cão e outros pacotes falsos.
Imigrantes no limbo
Há uma nova categoria entre o milhão de imigrantes que vivem no país: a dos residentes com o título caducado, impossibilitados de o renovar por absoluto silêncio do Estado. Um impasse burocrático que os impede de viajar e regressar ao país, abrir uma conta bancária, arrendar um apartamento ou mesmo levantar uma simples carta registada nos Correios.
Paz na Ucrânia
Notas de uma viagem em tempo de guerra. O Expresso passou vários dias em Lviv, aquela que é, supostamente, a cidade mais segura da Ucrânia. Mas as marcas da ofensiva russa estão por todo o lado.
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A todos um ótimo fim de semana.
Vemo-nos pelo Expresso.
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