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Vandalismo nas ruas de Maputo em reação à força policial: mais de 20 manifestantes foram mortos nos últimos cinco dias

Manifestantes em Maputo, Moçambique
Manifestantes em Maputo, Moçambique
Siphiwe Sibeko/Reuters

Quase um mês após as presidenciais, a violência continua em Moçambique. Autoridades optam pela repressão dura, candidato opositor espicaça povo a partir do estrangeiro

Vandalismo nas ruas de Maputo em reação à força policial: mais de 20 manifestantes foram mortos nos últimos cinco dias

Lázaro Mabunda

Jornalista, correspondente em Maputo

A cabeça da estátua do Presidente Filipe Nyusi, removida do liceu com o seu nome, no distrito de Boane, a 30 quilómetros de Maputo, está dividida a meio. Um jovem pisoteia uma metade duas vezes seguidas, com muita força, enquanto clama: “Lutámos por esta cabeça”. A estátua foi derrubada, terça-feira, pelos manifestantes. Todos disputavam a cabeça, só os mais fortes podiam ficar com ela. Era como se estivesse a prémio. Durante a disputa, foi dividida.

Separar a cabeça do corpo foi a primeira coisa que os manifestantes fizeram após o derrube do busto, aparentemente de material precário e esferovite. Antes de ser dividida, um jovem espetou a cabeça num pau e exibiu-a a cerca de uma centena de manifestantes que celebravam, enquanto outros arrastavam e batiam com paus o corpo da estátua, como se estivessem a agredir o chefe de Estado cessante.

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