Boa tarde,
A cada dia a situação torna-se mais dramática e, só nas últimas 24 horas, mais nove pessoas morreram por desnutrição em Gaza. Desde o início da guerra, já morreram pelo menos 122 pessoas devido à falta de alimentos, incluindo 83 crianças, segundo os dados divulgados pelas autoridades de saúde locais.Há meses que se multiplicam as fotos difíceis de contemplar e os relatos de escassez extrema de alimentos, medicamentos e outros bens essenciais, sem o mundo responder com medidas concretas. Mais de 100 organizações humanitárias alertaram para as severas restrições impostas por Israel à ajuda humanitária na região, incluindo distribuição de alimentos, combustível e material médico. Apelos não chegam.
O Presidente da República angolano chegou esta sexta-feira a Lisboa para uma visita de três dias. No final da reunião em Belém - sem que os jornalistas pudessem fazer perguntas - Marcelo Rebelo de Sousa revelou-se mais falador. Evitada a controvérsia em torno das novas leis da imigração, o chefe de Estado português não evitou algumas ‘indiretas’: "Os governantes passam, as leis passam - mas os povos ficam".
"Necessitamos uns dos outros e sabemos que só ganhamos em tratarmo-nos bem uns aos outros. Quem trata mal é mal tratado", avisou também Marcelo. Já João Lourenço salientou que Marcelo foi o Chefe do Estado estrangeiro que mais visitou Angola, vincando que não podia deixar de visitar Portugal agora que se "aproxima o momento" em que vai ter de passar a cadeira presidencial".
Ainda Marcelo Rebelo de Sousa, que continua interessado em saber o número de estrangeiros que residem em Portugal, e preocupado com as diferenças nos valores indicados pela Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) e pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Tão preocupado que gostaria que o Instituto Nacional de Estatística antecipasse a realização do Censos, que está marcado para 2031 (acontece de dez em dez anos): “Precisamos de saber se somos 11 ou 12 milhões”, considera. Mas não será fácil que o pedido seja aceite, já que o INE não tem autonomia para decidir sozinho. O recenseamento da população depende de regras e recomendações elaboradas pela Organização das Nações Unidas, e Portugal tem ainda de responder a uma diretiva europeia sobre o recenseamento.
Depois de o presidente da câmara de Loures ter denunciado que, no bairro do Talude Militar, barracas estão a ser comercializadas por valores entre dois e três mil euros, fazendo chegar as denúncias ao Ministério Público, há relatos de situações semelhantes noutras áreas da Grande Lisboa. Sobre pessoas a venderem, mas também a alugarem barracas, ou até pequenas divisões dessas habitações precárias, de forma ilegal. As suspeitas de negócios ilegais são difíceis de provar, uma vez que as transações são realizadas em dinheiro, sem recibos ou qualquer outro tipo de documentação. E muitos lesados não têm interesse em avançar com denúncias, com receio de sofrerem represálias — ou porque esta é a única forma de conseguirem ter um teto para dormir.
Há mais para ler, pelo que deixamos outros destaques noticiosos desta sexta-feira. Que seja bom o fim de semana, voltamos na segunda-feira, como habitual.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: MGanhao@expresso.impresa.pt