Boa tarde,
Luís Montenegro poderá contar com o elenco governamental completo a partir desta sexta-feira. Os secretários de Estado tomam posse em Belém por volta da hora a que esta ‘newsletter’ chega à sua caixa de correio electrónico. Com todas as vagas do poder executivo preenchidas, chega a hora de o Governo começar a demonstrar se é capaz de navegar sobre as águas turbulentas que os resultados eleitorais lhe ditaram.
Uma pequena parcela das promessas eleitorais no terreno dos estímulos ao crescimento de um dos sectores cruciais da economia foi já cumprida. E com notável sucesso. A mudança operada no logótipo do Governo, de uma versão modernaça e minimalista para um registo clássico e sóbrio, teve a arte de funcionar como um poderoso incentivo à indústria, embora apenas à indústria do comentário. Restam, por isso, legítimas dúvidas sobre a real eficácia do aumento frenético desta actividade na aceleração da taxa de crescimento para um ritmo que evite ao país a humilhação de ser superado pela Roménia.
Os desafios são enormes e a equipa de Economia do Expresso explica-os. As condições políticas para executar as medidas que o Governo considere adequadas para resolver os problemas não são melhores do que péssimas. Chega e PS estarão à espreita da oportunidade que lhes pareça ajustada aos seus interesses para derrubarem o Governo e tentarem forçar Marcelo a convocar novas eleições legislativas.
A discussão da proposta de Orçamento do Estado para 2025 será um momento decisivo. Entre os socialistas, a aparência de união esconde pontos de vista divergentes, entre os moderados que preferem diálogo e estabilidade e os radicais que querem regressar rapidamente ao poder, numa aposta no cenário em que o grande confronto seria travado entre André Ventura e Pedro Nuno Santos.
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