“A rua é nossa”, ouve-se ao microfone da carrinha da CGTP antes do início das intervenções. E realmente foi durante algumas horas. Ao final da manhã desta sexta-feira, parte da Avenida João Crisóstomo, em Lisboa, esteve cortada ao trânsito para dar lugar ao protesto “Defender o SNS, cumprir Abril”. Dezenas de profissionais de saúde concentraram-se junto ao Ministério da Saúde para exigir uma política diferente para o setor, com mais investimento e valorização das carreiras no SNS.
“A saúde é um direito, sem ela nada feito. A luta continua, no SNS e na rua”, são algumas das palavras de ordem repetidas. O protesto – convocado pela Frente Comum e que contou com a presença de todos os sindicatos que a integram, nomeadamente vários sindicatos dos professores – acontece apenas três dias depois da tomada de posse do novo Governo.
Mas para o coordenador da associação sindical, a manifestação - convocada no âmbito do Dia Mundial da Saúde - não é precipitada. “Seria cedo se desconhecêssemos em absoluto as intenções do novo executivo”, diz Sebastião Santana. “Infelizmente, conhecendo o programa eleitoral, aquilo que lá vem não são boas notícias.”
É esta ideia que é partilhada pelos partidos da esquerda que se associaram ao protesto. “Os problemas que existiam a 9 de março continuam a existir todos. Tudo isso está aí e é preciso exigência de mudança, que resolva o problema das pessoas e salvaguarde o SNS”, defendeu Paulo Raimundo. “Aquilo que se conhece da vontade – que não é apenas do PSD e CDS, mas é também vontade expressa do IL e Chega e vem do decurso do que foram as opções erradas do partido do PS – é um caminho de destruição do SNS.”
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