A cimeira da Organização de Cooperação de Xangai acontece há quase um quarto de século mas a última edição, que decorreu há dias em Tianjin, assumiu uma importância redobrada. Depois de largos meses de uma guerra comercial ancorada em Washington DC e espoletada pelo apetite insaciável de Donald Trump de engrandecer a América (e ensandecer o resto do mundo), o encontro asiático evidenciou o espírito de amizade, mas sobretudo de interdependência, de potências como a China, a Índia e a Rússia. Uma tríade de atores políticos globais com um papel central no mapa-mundo da energia. Alguns têm-na para dar, outros para vender. Usam-na como meio para atingir um fim: crescer economicamente, reforçando o seu poder, ou contrapoder, face às lideranças ocidentais. Portugal não é alheio a essas dinâmicas: compramos gás aos Estados Unidos e à Rússia, painéis solares e carros elétricos à China. E sobre a Índia veremos o que o futuro nos reserva.
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