Boa tarde, caro leitor,
Na semana passada, assistimos de novo a um fenómeno que é grave para a respeitabilidade dos chamados mass media ou liberal media ou media mainstream, o que quiserem. Como a esmagadora maioria das pessoas deste meio está à esquerda da média, há uma tendência para se confundir um desejo (vitória de Kamala) com a realidade, que é muito mais complexa e caótica e que contempla a possibilidade de vitória de outro lado. Por isso, sentimos naquele dia uma sensação de absoluta surpresa da parte de quem devia estar menos surpreendido, porque o seu trabalho é estudar a sério a realidade. Lamento, mas a vitória de Trump não foi surpreendente. Pode ser triste, mas não é surpreendente.
Eu desejava a vitória de Kamala, seria o meu voto, mas esse desejo não pode invadir a minha capacidade de analisar a realidade. De resto, essa é uma das razões que me levou a abrir este novo projeto, a Contrafactual. E, já agora, se o meu caro leitor quiser mesmo compreender a derrota de Kamala, só tem de fazer uma coisa: rebobinar esta newsletter e reler boa parte dos “episódios” anteriores.
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