Caro leitor,
Já percebemos que o que nos espera é a campanha eleitoral mais anormal das nossas vidas. Em 1991, quando fiz pela primeira vez a cobertura jornalística de uma campanha eleitoral, no caso a inesquecível caminhada de Cavaco Silva para a sua segunda e estrondosa maioria absoluta, lembro-me de achar bizarro que Cavaco repetisse todas as noites, quer o comício fosse em Lisboa, em Macedo de Cavaleiros ou em Freixo de Espada à Cinta, que era preciso estabilidade, muita estabilidade, porque tinhamos "a guerra aqui tão perto". Cavaco referia-se à Guerra do Golfo, um conflito militar entre o Iraque, que invadira o Koweit, e uma coligação internacional liderada pelos Estados Unidos e o povo que abarrotava os comícios estava-se nas tintas para a guerra que sabia longínqua.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: AVSilva@expresso.impresa.pt