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“Não dá? É só empurrar que dá. Vocês querem ir para casa? Todos querem ir para casa”: bem-vindos à Linha de Sintra na hora de ponta

Cansados e maltratados, os passageiros da linha de Sintra tornam-se maus uns para os outros. “Não dá mais”, gritam do fundo da carruagem. “Não dá? É só empurrar que dá”. Está calor e abafado. A viagem para casa é lenta e violenta para o corpo e para a mente de quem tem de passar por ela. Na quarta-feira, os passageiros acionaram o travão de emergência de um comboio da CP. No dia seguinte, tiveram mais do mesmo e o Expresso acompanhou a viagem. Veja o vídeo

“Não dá? É só empurrar que dá. Vocês querem ir para casa? Todos querem ir para casa”: bem-vindos à Linha de Sintra na hora de ponta

Rúben Tiago Pereira

Texto e vídeo

“Não dá? É só empurrar que dá. Vocês querem ir para casa? Todos querem ir para casa”: bem-vindos à Linha de Sintra na hora de ponta

Tiago Miranda

Fotografia

São 18h47. Para as milhares de pessoas que estão na plataforma de Entrecampos, em Lisboa, a única coisa que interessa é que este é o primeiro comboio em horas e o último até sabe-se lá quando. Estiveram o dia todo no trabalho, ou na escola, ou na universidade. Deixá-lo passar não é uma hipótese. As portas abrem, as carruagens enchem. As mochilas passam para o meio das pernas e no lugar delas cabe mais uma pessoa. Cabe sempre mais alguém, empurrem, empurrem. Os casacos que na rua protegem do frio, lá dentro sufocam. Não dá para despir nada naquela meia hora de peito com peito. Mãos de todas as cores agarram-se ao que podem, o comboio apita, as portas fecham. Os passageiros estão tão acondicionados que o típico solavanco que geralmente sinaliza o início do movimento do comboio não existe, a força dissipa-se pela massa corporal. “Ao menos não caímos”, diz um passageiro para quebrar o gelo com quem ali vai entalado consigo até casa.

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