Pedro Brinca, especialista da universidade Nova, não tem dúvidas de que o efeito do adiantamento de meia pensão em outubro pode resolver os problemas mais urgentes de alguns pensionistas, mas, para os restantes, não trás boas notícias. A razão, explica o expecialista, prende-se com o facto das pensões virem, de 2023 em diante, a ser atualizadas por uma taxa que incide sobre uma base menor, o que tem efeitos diretos e mais limitados nos aumentos anuais. Pedro Brinca assume mesmo, que se fizesse parte do grupo de pensionistas sem dificuldades mais imediatas "preferia não ficar abrangido" pelo apoio agora anunciado.
Quem também ficou de fora do pacote dos acertos dos Governo foram os funcionários públicos. Para a jornalista Sónia Lourenço, não é uma boa notícia para um sector que já este ano não passou dos 0,9% de aumento salarial. De fora ficou ainda a questão dos créditos à habitação, com a continuação da subida das taxas de juros (que esta semana devem conhecer nova atualização) e que, sublinha Sónia Lourenço, acaba por ser discriminatório por comparação com o congelamento de 2% das rendas já anunciado para 2023. Neste caso, também não se conhece ainda qualquer tipo de apoio aos senhorios para lidar com a questão.
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