Carlos Guimarães Pinto foi no final desta terça-feira apresentar as ideias do seu partido a Rui Moreira, autarca que, como a Iniciativa Liberal, teve a coragem de criar um movimento fora do espectro atual partidário, "imobilizado" há 20 anos
O presidente da Iniciativa Liberal e cabeça de lista pelo Porto garante que no próximo dia 6 de outubro votar num dos dois grandes partidos do sistema político português é "colocar a cruzinha num bocadinho mais ou num bocadinho menos de socialismo".
Carlos Guimarães Pinto teve, ao fim do dia, um encontro com o presidente da Câmara do Porto, pedido de audiência justificado com a convergência de ideias com o 'Porto, o Nosso Partido', em questões como a "urgência de uma descentralização real e efetiva e a necessidade de uma redução da carga fiscal dos portugueses" para o país voltar a crescer.
Na ótica do líder dos liberais, a concentração do poder num território "tão reduzido, como é a capital" é solo fértil "à criação de nepotismos e laços de corrupção", cenário de que "Tancos é só um exemplo", defendendo, por isso, que "toda a encenação do roubo e recuperação das armas" seja esclarecida no parlamento antes de domingo.
A presença do vereador independente com o pelouro da Economia e Turismo do executivo de Rui Moreira, Ricardo Valente, na lista da Iniciativa liberal (nº 3) pelo círculo do Porto foi outra das razões da ida aos Paços do Concelho, a que se seguiu um sessão de esclarecimento pública, na Avenida dos Aliados, junto à estátua do Almeida Garrett, símbolo maior da Revolução Liberal de 1820.
Ao Expresso, o líder do partido que se estreia em eleições legislativas voltou a repisar que não está disponível para "noivados" com o PS ou PSD, caso nem um nem outro consiga a maioria parlamentar e a Iniciativa Liberal venha a ter, como acredita, assento na Assembleia da República.
"Escolher entre o PS e o PSD é votar em Dupont e Dupond", afirma Guimarães Pinto, que alega que os cidadãos estão "cansados de um sistema político imobilizado há mais de duas décadas", com o qual a Iniciativa pretende romper.
A nega ao PS "é rotunda" por divergências ideológicas profundas, adiantando que a posição da Iniciativa Liberal é também a mesma em relação ao atual PSD, "pelo mesmos enquanto na liderança estiver Rui Rio". Uma eventual mudança de posição em relação a entendimentos com os sociais-democratas, Carlos Guimarães Pinto adverte que tudo dependerá se "quem vier a seguir tiver um ímpeto mais reformista e liberal".
"Nós defendemos a liberalização da economia e na devolução do poder do Estado aos cidadãos, que devem ter capacidade de escolha na escola dos filhos ou em que hospital ou clínica serão tratados", conclui o liberal nº 1 da lista do Porto.
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