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União Europeia

“Extrema-direita ainda não fez descarrilar integração europeia”, mas isso pode mudar se governar em França, alerta ex-conselheiro de Delors

Pascal Lamy, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio
Pascal Lamy, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio
TIAGO MIRANDA

Pascal Lamy, antigo diretor-geral da OMC e ex-comissário europeu do Comércio, “provavelmente” não teria corrido o “risco” de Macron ao convocar eleições antecipadas. Em entrevista ao Expresso, fala numa “situação perigosa” não apenas para França, mas para toda a União Europeia, caso o partido de Le Pen forme governo. A distância entre a UE e os Estados Unidos será “aprofundada” com uma segunda administração Trump, adverte ainda. E sublinha que “a guerra russa na Ucrânia tem um impacto existencial na UE”

“Extrema-direita ainda não fez descarrilar integração europeia”, mas isso pode mudar se governar em França, alerta ex-conselheiro de Delors

Hélder Gomes

Jornalista

Diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) entre 2005 e 2013, Pascal Lamy esteve esta semana em Lisboa para participar no painel ‘Pensando no Futuro da União Europeia à Luz do Legado de Jacques Delors’, integrado na conferência ‘Jacques Delors Agora – A Próxima Geração na Europa’, organizado pelo Instituto Jacques Delors, que reuniu na capital portuguesa 130 jovens de 30 países, além de membros da Comissão, eurodeputados e especialistas em política europeia.

O antigo comissário europeu do Comércio, cargo que desempenhou entre 1999 e 2004, e atual vice-presidente do grupo de reflexão Europe Jacques Delors também veio apresentar o Manifesto para um Pacto Europeu para os Oceanos. O documento visa “fazer avançar uma agenda abrangente sobre os oceanos para a próxima Comissão Europeia, que reconheça a ligação intrínseca entre o bem-estar das nossas sociedades, a competitividade das nossas economias e a saúde dos nossos oceanos e águas”.

A entrevista ao Expresso foi concedida a escassos dias da segunda volta das eleições legislativas antecipadas no seu país. O Reagrupamento Nacional (RN, ex-Frente Nacional, de extrema-direita) foi o partido mais votado na primeira volta, com 33%, ficando à frente da coligação de esquerda Nova Frente Popular (28,5%) e dos centristas Juntos pela República, que integra o partido do Presidente francês, Emmanuel Macron (22%).

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