As brechas no apoio da União Europeia à Ucrânia podem ganhar novos protagonistas nos próximos dias. Eleições legislativas na Eslováquia e na Polónia ameaçam ensombrar ainda mais um outono que, por natureza, já é difícil na frente de combate. Os eslovacos votam amanhã, os polacos são chamados às urnas a 15 de outubro. Robert Fico, que já foi duas vezes primeiro-ministro da Eslováquia, surge bem posicionado nas sondagens para conquistar um terceiro mandato. Além de ter garantido que, uma vez eleito, não enviaria “nem mais uma bala” para Kiev, classificou as sanções contra Moscovo como “inúteis” e prometeu vetar qualquer pedido de adesão da Ucrânia à NATO.
O Smer (Direção), partido que Fico lidera desde a sua fundação em 1999, tem ligeira vantagem sobre os liberais do Eslováquia Progressista, que se comprometeram a manter o rumo da política externa de Bratislava. O segundo mandato de Fico foi interrompido com a sua demissão em 2018, após uma vaga de protestos que se seguiu ao assassínio do jornalista Ján Kuciak, que investigava, sobretudo, casos de fraude fiscal de empresários com ligações a políticos. Originalmente de centro-esquerda, o Smer adotou em 2020 uma matriz nacionalista e pró-russa, sempre pela mão de Fico, então na oposição a uma coligação de centro-direita. No ano passado, essa coligação desfez-se e foi substituída por um Governo de gestão.
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