Putin toma posse pela quinta vez e garante que Rússia não recusa “diálogo” com Ocidente
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O Presidente agradeceu aos russos a “confiança” que nele depositaram – numas eleições amplamente criticadas por não terem sido livres nem justas – e às forças que combatem na Ucrânia. “Juntos venceremos”, garantiu
Vladimir Putin assegura que a Rússia não recusa o “diálogo” com os países ocidentais. No discurso de tomada de posse para o seu quinto mandato, o Presidente garantiu esta terça-feira, no Grande Palácio do Kremlin, que a Rússia está pronta para ser um parceiro “honesto” com todos os que desejarem a via da cooperação.
“Nem sequer recusamos o diálogo com os países ocidentais”, declarou, acrescentando: “Veremos se continuam a travar o desenvolvimento do nosso país e a exercer pressão sobre o nosso país ou se procuram formas de cooperar connosco”.
Oficialmente empossado para novo mandato de seis anos, Putin começou por agradecer à nação pelo apoio – numas eleições amplamente criticadas por não terem sido livres nem justas – e às forças que combatem na Ucrânia.
“Gostaria de agradecer aos participantes na operação militar especial. Gostaria de agradecer a todos os que estão a lutar pela nossa pátria”, afirmou, assegurando que “o destino da Rússia será determinado apenas” pelos russos.
Consciente de que o país atravessa um “período difícil”, garantiu ver “uma profunda compreensão” do “papel histórico” dos russos na defesa da sua “liberdade” e dos “interesses nacionais”. E proclamou que “proteger a Rússia é o dever principal”, assegurando que serão “bem-sucedidos”.
Quanto à “confiança” que os russos nele depositaram, o chefe de Estado prometeu “fazer tudo o que for possível” e estiver ao seu “alcance” para justificá-la. E insistiu: “Somos uma nação única e grande e, juntos, venceremos todos os obstáculos e concretizaremos tudo aquilo com que sonhamos”. “Juntos venceremos”, rematou.
A cerimónia oficial de tomada de posse terminou com uma salva de artilharia, tendo Putin abandonado o palácio ao som do hino nacional. Antes do discurso, o Presidente colocou a mão sobre a Constituição russa e prometeu defendê-la. O novo mandato só termina em 2030, altura em que constitucionalmente ainda poderá recandidatar-se mais uma vez.
Putin é o líder russo há mais tempo no poder desde Estaline, tendo começado em 1999 como primeiro-ministro, cargo que voltou a ocupar entre 2008 e 2012, por impedimento constitucional de se recandidatar à presidência (substituiu-o nesse quadriénio o ainda hoje fidelíssimo Dmitri Medvedev). Pelo meio e desde então, foi sucessivamente eleito Presidente. Durante este novo mandato, Putin poderá ultrapassar a marca do antigo ditador soviético (29 anos).