Rússia

Lukashenko contradiz Putin e diz que terroristas "tentaram entrar na Bielorrússia"

Aleksandr Lukashenko, Presidente da Bielorrússia
Aleksandr Lukashenko, Presidente da Bielorrússia
Anadolu Agency / Getty Images

O Kremlin tem associado a Ucrânia ao ataque terrorista da passada sexta-feira, no qual morreram quase 140 pessoas. Tanto a Ucrânia como os EUA desmentiram as acusações de Putin

O mais fiel aliado da Rússia, o ditador bielurrosso Aleksandr Lukashenko, contradisse diretamente a retórica do Kremlin dos últimos dias, ao afirmar esta terça-feira que os responsáveis pelo ataque terrorista de Moscovo tinham como destino a Bielorrússia, e não a Ucrânia.

Lukashenko explicou, em entrevista à agência de notícias estatal Belta, que os atacantes “não conseguiram entrar” no país. “Os seus ajudantes sabiam que era uma ideia terrível tentar entrar na Bielorrússia, porque as medidas de segurança foram imediatamente reforçadas”, disse o Presidente, acrescentando que as autoridades souberam do ataque “minutos” depois deste ter acontecido.

“Eles mudaram de direção e foram para a fronteira entre a Ucrânia e a Rússia”, apontou, segundo a CNN Internacional.

As declarações de Lukashenko vão contra o que tinha sugerido o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, que, na segunda-feira, apontou o dedo à Ucrânia como a possível responsável pela organização do ataque. “É importante responder à questão: por que motivo os terroristas, depois do seu crime, tentaram partir para a Ucrânia? Quem os esperava lá?”, questionou o líder russo, apesar de ter confirmado que o atentado foi levado a cabo por “islamistas radicais”.

O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico de Khorasan, um grupo jihadista presente na Ásia Central. Foram mortas 139 pessoas e as autoridades russas já detiveram oito suspeitos, incluindo seis cidadãos do Tajiquistão. Ainda não foram apresentadas provas oficiais que conectem os terroristas com o governo ucraniano, e tanto Kiev como os Estados Unidos afastaram categoricamente quaisquer ligações.

Lukashenko prometeu, ainda, que conversaria com o seu principal aliado sobre a investigação. “Tenciono ligar a Putin para passar as minhas suspeitas”, vincou.

O ataque de sexta-feira foi levado a cabo por quatro pessoas armadas, que entraram na sala de concertos Crocus City, nos arredores de Moscovo, e dispararam indiscriminadamente contra os civis presentes. Além dos quase 140 mortos, foram registados mais de 180 feridos e os responsáveis pelo ataque também deflagraram um incêndio no local.

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