Encarcerada, silenciada ou espalhada e exilada pelo mundo, a oposição russa à ditadura de Vladimir Putin viu-se privada, na passada sexta-feira, de Alexei Navalny, dirigente que ria na cara do tirano e se atrevia a falar da “brilhante Rússia do futuro”, mesmo depois da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022. Ativistas chocados declararam, em incontáveis publicações nas redes sociais, que se sentiam órfãos após a morte repentina do político na colónia penal Lobo Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos por acusações de extremismo.
A sua mãe, Lyudmila Navalnya, que se deslocou à Sibéria para recuperar o corpo do filho, foi repudiada por guardas prisionais, que a mandaram para uma morgue numa cidade a uma hora de distância. Estava fechada. As autoridades explicaram que estão a guardar o cadáver para “exame químico”, para apurar a causa da morte, de início atribuída a “síndroma de morte súbita”. Numa declaração em vídeo, esta terça-feira, dirigiu-se diretamente ao Presidente russo: “Deixe-me, por fim, ver o meu filho. Exijo que o corpo de Alexei seja entregue imediatamente para que possa sepultá-lo humanamente”.
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