Candidata pela paz e pela libertação de presos políticos barrada nas próximas eleições da Rússia
Documentação entregue pela candidata independente Yekaterina Duntsova não foi validada.
Documentação entregue pela candidata independente Yekaterina Duntsova não foi validada.
Jornalista
Era uma candidata a favor da paz e que corria contra Putin. Mas já não vai ser. A comissão eleitoral russa rejeitou a sua candidatura, por a documentação entregue conter erros, segundo noticia a imprensa internacional.
A candidatura de Yekaterina Duntsova foi entregue no passado dia 20 de dezembro; três dias (dos cinco que havia para o registo da candidatura) passaram e a resposta chegou: há erros administrativos que fizeram com que tudo fosse travada pela Comissão Eleitoral Central, por unanimidade dos seus elementos.
As eleições serão em março e Vladimir Putin, o atual presidente, será candidato. Jornalista e política local, Duntsova tinha-se assumido como candidata independente pela paz, e pela libertação dos presos políticos.
O "The Moscow Times" refere que foram identificados mais de 100 erros na documentação entregue, justificação que impede os próximos passos da candidatura independente: procurar um número mínimo de assinaturas em várias regiões para poder aparecer nos boletins de voto.
Segundo a mesma fonte, Duntsova – que nestes dias teve de vir negar ligações a um oligarca que fugiu da Rússia – pretende recorrer desta decisão, mas também abriu a porta a ser candidata por um partido.
A agência internacional Reuters já antecipava obstáculos para a candidata logo na cobertura noticiosa que recebeu aquando da candidatura. A AFP refere que a Comissão Eleitoral diz estarem inscritos 29 candidatos às eleições.
Putin é o presidente russo desde 2012 e vai agora candidatar-se para um novo mandato de seis anos em 2024. Já tinha sido também o líder da federação entre 2000 e 2008, sendo que entre 2008 e 2012 foi primeiro-ministro. A invasão na Ucrânia, em fevereiro de 2022, é o marco da sua história recente.
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