Rússia

Rússia quer classificar "movimento internacional LGBT" como extremista e banir as suas atividades

Manifestação de ativistas LGBT russos em Moscovo em 2013
Manifestação de ativistas LGBT russos em Moscovo em 2013
AFP

Ministério Público argumenta perante Supremo Tribunal que movimento LGBT mostrou sinais de “atividade extremista”, incluindo incitação a “conflitos sociais e religiosos”

O Ministério da Justiça da Rússia avançou com uma ação no Supremo Tribunal com vista a ilegalizar o “movimento público internacional” LGBTQ+.

Segundo noticia a Al Jazeera, esta é uma das medidas mais drásticas tomadas pelas autoridades russas contra os diretos LGBTQ+ na última década.

De acordo com um comunicado ministerial citado pela BBC, o Ministério da Justiça argumenta que o movimento mostrou sinais de “atividade extremista”, incluindo incitação a “conflitos sociais e religiosos”. Por isso pede que este seja reconhecido “como extremista e que as suas atividades sejam banidas da Rússia”.

Não é para já claro se as autoridades pretendem fechar grupos e organizações específicos ou se a designação será aplicada de forma mais abrangente.

Em qualquer dos cenários, os poucos ativistas LGBT que permanecem na Rússia ficarão ainda mais vulneráveis a acusações criminais. "Essencialmente, implicaria um processo criminal baseado apenas na orientação ou identidade de alguém", diz um ativista que falou anonimamente ao Moscow Times.

“Eles não querem apenas apagar-nos do campo público, querem banir-nos como grupo social”, comenta Dilya Gafurova, que lidera o grupo de direitos humanos Sphere a partir do exílio, em declarações à AFP. “Continuaremos a nossa luta.”

A audição em tribunal está marcada para 30 de novembro. O caso é visto pelos analistas como uma ação populista em antecipação das eleições presidenciais do próximo ano, nas quais se espera que Vladimir Putin se candidate a um quinto mandato com uma campanha assente nos “valores tradicionais russos”.

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