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Na Guiné-Bissau, “as mulheres faziam a mesma luta que os homens”: elas “usavam armas e foram fazer treino militar, algumas na URSS”

Cartão de identificação de mulher combatente
Cartão de identificação de mulher combatente
Cortesia de Aliou Ly

A luta das mulheres na Guiné-Bissau não era necessariamente pelos valores da liberdade e independência. Para as mulheres, a guerra era pela igualdade de género. Queriam ser as provedoras da família, já que as “africanas têm uma mentalidade que as faz gabarem-se disso”, salienta o historiador Aliou Ly, que investigou a fundo o papel das mulheres da Guiné-Bissau na guerra contra os portugueses. Nesta entrevista ao Expresso, o autor senegalês diz querer fazer justiça ao que fizeram aquelas mulheres, depois de ter falado com mais de 50

No seu trabalho de campo, que começou em 2007 e se prolongou até 2020, o investigador Aliou Ly, da Middle Tennessee State University, entrevistou extensivamente mulheres que participaram na guerra de libertação da Guiné- Bissau. Como espiãs, guerrilheiras e transportadoras de armas, tiveram um papel crucial na descolonização. Com o livro "Women of the Portuguese Guinea Liberation War: De-gendering the History of Anticolonial Struggle", prestes a sair, em maio, o autor quis corrigir o flagrante preconceito de género nos relatos contemporâneos desse grande episódio do século XX. Mas quais eram as lutas femininas? O que motivava aquelas mulheres? Quem eram? Ao contrário da maioria dos participantes do sexo masculino, as mulheres aderiram à luta em nome da segurança alimentar das suas famílias. No entanto, as suas contribuições foram muitas vezes ignoradas. Nesta entrevista ao Expresso, Aliou Ly, autor e investigador senegalês, expõe as suas histórias.

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