Guerra no Médio Oriente

Milhares de pessoas protestam em Itália contra o genocídio em Gaza, greve geral bloqueia portos, transportes públicos e ferrovias

Milhares de pessoas protestam em Itália contra o genocídio em Gaza, greve geral bloqueia portos, transportes públicos e ferrovias
MOURAD BALTI TOUATI

Manifestantes criticam a ofensiva israelita que matou pelo menos 65 mil pessoas em Gaza um dia após o reconhecimento do Estado da Palestina pela Austrália, Reino Unido, Portugal e Canadá

Está a decorrer esta segunda-feira em Itália uma greve geral convocada por vários sindicatos em protesto contra a guerra em Gaza e em solidariedade com o povo palestiniano. Segundo o "The Guardian", dezenas de milhares de pessoas foram às ruas em protesto contra a ofensiva militar israelita em Gaza, que já causou mais de 65 mil mortes.

A paralisação, que visa também defender a flotilha humanitária que leva ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, abrange todos os setores, público e privado, estando a afetar sobretudo os transportes. De acordo com os sindicatos, "todos os principais portos da Itália, 90% dos transportes públicos e 50% das ferrovias foram bloqueados".

A greve é acompanhada por manifestações em mais de 75 cidades italianas. Só em Roma, segundo a organização, o protesto mobilizou mais de 100 mil pessoas.

"A greve foi convocada em resposta ao genocídio em curso na Faixa de Gaza, ao bloqueio da ajuda humanitária pelo exército israelita e às ameaças contra a missão internacional da Flotilha Global Sumud", explica a central sindical USB (Unione Sindacale di Base), denunciando ainda a inércia do governo italiano e da União Europeia, "que se recusam a impor sanções ao Estado de Israel e continuam a manter relações económicas e institucionais, apesar da gravidade da situação".

Em Roma e em várias outras cidades os manifestantes bloquearam estradas, havendo registo de confrontos com a polícia em Milão. Na capital, mais de 20 mil pessoas reuniram-se em frente à estação de comboios Termini com bandeiras palestinianas e a gritar "libertem a Palestina".

Os protestos ocorrem após Reino Unido, Austrália, Canadá e Portugal reconhecerem oficialmente o Estado da Palestina. Ainda há a expectativa de que outros países, como a França, também reconheçam a Palestina. A Itália, por outro lado, ainda não demonstrou a intenção de acompanhar este grupo.

"Se algo que não existe for reconhecido no papel, o problema pode parecer resolvido quando, na verdade, não está", disse a primeira-ministra Giorgia Meloni, citada pelo "The Guardian".

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