França avisa Israel: retaliação ao reconhecimento da Palestina terá resposta “com extrema firmeza”

Macron anuncia reconhecimento do Estado Palestiniano e Paris alerta Telavive contra represálias
Macron anuncia reconhecimento do Estado Palestiniano e Paris alerta Telavive contra represálias
O Governo francês vai responder com extrema firmeza se Israel tomar medidas de retaliação, como o encerramento da sua embaixada, devido ao reconhecimento do Estado Palestiniano, declarou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noël Barrot.
"Se tais medidas forem tomadas, responderemos com extrema firmeza. Espero que não chegue a esse ponto (...). Não é de forma alguma do interesse deles [israelitas]", declarou Barrot à rádio TF1.
O reconhecimento do Estado Palestiniano pela França será confirmado com um discurso esta tarde do Presidente francês, Emmanuel Macron, em Nova Iorque, por ocasião da abertura da Assembleia-Geral da ONU.
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês afirmou hoje que a iniciativa de reconhecer o Estado Palestiniano "serve à segurança de Israel".
"A sua implementação será gradual e condicionada pelos acontecimentos no terreno, incluindo a libertação dos reféns", esclareceu Barrot.
A França declarou que para o reconhecimento da Palestina, a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), tal como prometido, tem de realizar uma reforma profunda na sua governação e o Hamas deve ser desarmado, o que implicaria o fim do seu controlo sobre a Faixa de Gaza. Para tal, espera-se também a assistência de países árabes aliados.
"A nossa análise, a nossa profunda convicção, é que o Estado Palestiniano significa o fim do Hamas e a segurança de Israel", referiu o chefe da diplomacia francesa.
Barrot justificou a sua recusa em utilizar o termo genocídio para descrever o que se passa em Gaza com a ofensiva militar israelita, defendendo que esta questão deve ser decidida "pelas jurisdições internacionais, pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e pelo Tribunal Penal Internacional" (TPI).
No entanto, observou que o relatório da ONU que utiliza o termo genocídio realça a gravidade da situação e é um apelo para que "cesse" o sofrimento do povo palestiniano, pois "Gaza tornou-se um lugar de morte".
As bandeiras palestinianas e israelitas foram projetadas na Torre Eiffel, na noite passada, acompanhadas por uma pomba que transportava um ramo de oliveira, símbolo da paz, no bico.
A Conferência Internacional para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e Implementação da Solução de Dois Estados, copresidida pela França e Arábia Saudita, decorre hoje em Nova Iorque, na qual vários países reconhecerão o Estado palestiniano.
Além de Portugal, Reino Unido, Canadá e Austrália - que já anunciaram o reconhecimento do Estado palestiniano no domingo -, Andorra, Bélgica, França, Luxemburgo, Malta e São Marino vão reconhecer o Estado palestiniano durante a conferência, segundo anunciou o Palácio do Eliseu.
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