A Eurovisão descreve o seu festival da canção como uma iniciativa internacional de entretenimento “não político” e a cláusula de neutralidade que inclui no seu código de conduta determina que os participantes (dos artistas aos patrocinadores) se abstenham de “promoção ou conduta política, incluindo ações, declarações ou símbolos durante ou relativos ao evento”. Apesar de tentar deixar a política fora do palco — com a organização a ter mesmo rejeitado canções cuja letra fosse entendida como tal —, a geopolítica insiste em marcar o concurso anual.
Desde que Israel começou a participar, em 1973, ganhou quatro vezes, acolheu a competição três (duas em Jerusalém e uma em Telavive). Nunca um boicote internacional à conta da sua participação esteve tão perto como hoje. Os Países Baixos ameaçaram não participar na edição de 2026 se Israel for um dos concorrentes, tendo em conta a situação na Faixa de Gaza. Essa posição está em linha com a da emissora irlandesa, para quem a participação israelita “seria inconcebível, dada a terrível perda de vidas em Gaza”.
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