Ataque em Jerusalém Oriental causa seis mortos, Hamas saudou-o
Primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu visita o local onde ocorreu um ataque armado em Jerusalém Oriental, a 8 de setembro de 2025.
ABIR SULTAN
Seis pessoas morreram num ataque a um autocarro em Jerusalém Oriental. O grupo extremista palestiniano Hamas afirmou que os atiradores eram palestinianos e que se trata de uma “resposta natural aos crimes da ocupação [de Israel] e ao genocídio”
Dois atacantes mataram hoje a tiro seis pessoas e fizeram 12 feridos num cruzamento em Jerusalém Oriental, indicaram as autoridades israelitas, serviços de emergência e hospitais locais, noticiou a Associated Press.
Um porta-voz da polícia disse no canal 12 da televisão israelita que “dois terroristas foram neutralizados” após terem disparado e causado vários vítimas. Entretanto, as autoridades indicaram que os responsáveis pelo ataque foram mortos a tiro por um soldado israelita e um civil que estava no local.
O ataque visou um autocarro, de acordo com os meios de comunicação israelitas, citados pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Cerca de duas horas após o ataque, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, visitou o local e alertou que Israel está “a travar uma guerra com múltiplas frentes”, incluindo Gaza, a Cisjordânia e Israel. Além disso, elogiou o soldado (pertencente a uma unidade recém-formada de soldados ultraortodoxos) que matou o agressor. O contexto de segurança levou ao adiamento do julgamento por suspeitas de corrupção de Netanyahu, que estava previsto ir a tribunal esta segunda-feira.
Hamas afirma que ataque é “resposta natural”
O grupo extremista palestiniano Hamas, que enfrenta o exército israelita na Faixa de Gaza desde que atacou Israel a 7 de outubro de 2023, saudou o ataque e afirmou que os atiradores eram palestinianos.
“Afirmamos que esta operação é uma resposta natural aos crimes da ocupação [de Israel] e ao genocídio que esta leva a cabo contra o nosso povo”, disse o Hamas num comunicado citado pela AFP.
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O Magen David Adom, o equivalente israelita da Cruz Vermelha, registou quatro mortos e 10 feridos, sete dos quais em estado grave.
A morte de uma mulher foi constatada mais tarde no hospital Shaaré Tzedek da cidade, de acordo com um comunicado.
“Foi uma cena muito difícil”, disse o enfermeiro Fadi Dekaidek, citado num comunicado divulgado pelo serviço de emergência.
“Os feridos estavam deitados na estrada e no passeio perto de uma paragem de autocarro, alguns deles inconscientes”, afirmou Dekaidek.
O ataque ocorreu na entrada do bairro de Ramot, em Jerusalém Oriental, tendo a polícia afirmado que os agressores dispararam contra uma estação de autocarros.
“Um agente de segurança e um civil presentes no local reagiram imediatamente, ripostaram e neutralizaram os agressores”, disse a polícia num comunicado.
Um porta-voz da polícia afirmou que havia dois agressores.
O gabinete do primeiro-ministro israelita afirmou que Netanyahu estava reunido “com os responsáveis pelos serviços de segurança”.