Guerra no Médio Oriente

Petição para pedir que Governo reconheça genocídio em Gaza com 30 mil assinaturas

Palestinianos recebem ajuda após entrada de camiões pelo corredor de Netzarim, sob ataques israelitas
Palestinianos recebem ajuda após entrada de camiões pelo corredor de Netzarim, sob ataques israelitas
Ali Jadallah/Anadolu Via Getty Images

Os subscritores, um grupo que reúne cerca de 130 personalidades, desde músicos a atores, candidatos autárquicos, comentadores e ex-governantes, dizem que não se conformam "com a passividade do Estado português perante" a ofensiva israelita no enclave palestiniano

Petição para pedir que Governo reconheça genocídio em Gaza com 30 mil assinaturas

Hélio Carvalho

Jornalista

Uma petição para pedir ao Governo que reconheça o genocídio na Faixa de Gaza e para que pressione Israel para deixar que entre ajuda humanitária no enclave palestiniano já recolheu quase 30 mil assinaturas, nas quais se incluem vários artistas, como Jorge Palma, Ana Moura ou Ana Salvador Sobral, personalidades, comentadores e políticos, incluindo os ex-ministros João Costa e Marta Temido.

A petição, que à hora desta peça tinha 29.851 assinaturas, alerta para as sucessivas notícias de fome generalizada na Faixa de Gaza e das restrições de Israel à entrada de alimentos e ajuda, além dos bombardeamentos e disparos contra civis enquanto estão à espera de comida.

Os subscritores apelam ao presidente da Assembleia da República para forçar um novo debate do tema, menos de um mês depois da última vez que o Parlamento discutiu o reconhecimento da Palestina - tendo sido chumbadas todas as propostas da esquerda para reconhecer o Estado palestiniano.

"Queremos que a Assembleia da República, onde estão eleitos os nossos representantes, se pronuncie e que recomende ao Governo um papel ativo na defesa dos Direitos Humanos e no fim do genocídio em Gaza", escreve a petição. Acrescenta que "as Nações Unidas já apelaram por diversas vezes ao cessar fogo em Gaza, para que seja possível a entrada de ajuda médica e humanitária neste território onde adultos, crianças e bebés morrem diariamente por falta de acesso às necessidades mais básicas".

O debate no Parlamento sobre a Palestina surgiu depois de uma outra petição, que recolheu mais de 12 mil assinaturas, ter sido entregue em junho no Parlamento por um grupo encabeçado pelo possível candidato presidencial e reitor.

Segundo os últimos dados das autoridades de saúde em Gaza, foram registadas mais nove mortas devido a fome e subnutrição nas últimas 24 horas, elevando o total de mortos pela fome forçada na região para 122. Há cada vez mais denúncias e imagens de crianças que já não comem qualquer alimento há dias e jornalistas de organizações internacionais têm noticiado que estão a trabalhar sob condições extenuantes. No total, quase 60 mil pessoas foram mortas na Faixa de Gaza pela ofensiva israelita.

"Quando, no futuro, alguém nos perguntar como foi possível assistirmos a um genocídio do nosso sofá e o que fizemos para o impedir, o que vamos responder? Um grupo de cidadãos, de várias tendências políticas ou sem elas, juntou-se para dizer que estamos atentos, de olhos postos em Gaza, e não nos conformamos com a passividade do Estado Português perante este genocídio", insiste a petição.

São cerca de 130 peticionários, incluindo nomes como os músicos Ana Bacalhau, Luís Nunes (Benjamim), David Santos (noiserv), Jorge Palma e Sérgio Godinho, os atores Gonçalo Waddington, Maria de Medeiros e Ivo Canelas, os radialistas Inês Lopes Gonçalves e Nuno Markl, o assistente social e comentador António Brito Guterres, o cmentador da SIC e candidato por Cascais João Maria Jonet, a eurodeputada Catarina Martins e os ex-ministros do PS João Costa e Marta Temido.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: hcarvalho@expresso.impresa.pt

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