Israel explora a fragilidade do novo regime sírio para reescrever as fronteiras do Médio Oriente e avançar com as suas políticas expansionistas. Tensão entre drusos, tribos beduínas e o Governo provocou mais de 260 mortos em Suwayda esta semana, e é um teste à reconciliação do país
Há meses que a situação na província de Suwayda, no sudoeste da Síria, encostada à fronteira de Israel, é um barril de pólvora. Décadas de rivalidades étnicas e religiosas e um passado sangrento têm dificultado a integração dessa província de maioria drusa, uma minoria árabe, na nova Síria liderada por Ahmed al-Sharaa, após a queda do regime do ditador Bashar al-Assad em dezembro passado.
Os drusos desconfiam do radicalismo fundamentalista de Sharaa, cujo grupo sunita Hayat Tahrir al-Sham (HTS) fez parte da Al-Qaeda no passado, professando uma visão bem mais radical do que os novos governantes da Síria têm tentado aplicar, num notável esforço de unificação e reconstrução nacional. Já entre as fileiras do novo regime, há muito rancor para com algumas milícias drusas, que pertenciam aos quadros do antigo exército de Assad.
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