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Guerra no Médio Oriente

Questionar Governo sobre utilização das Lajes é “legítimo”, mas “autonomia para recusar” operações dos EUA é “muito limitada”

Questionar Governo sobre utilização das Lajes é “legítimo”, mas “autonomia para recusar” operações dos EUA é “muito limitada”
ANTONIO ARAUJO

As Lajes já foram absolutamente essenciais no posicionamento geoestratégico dos Estados Unidos, quando era preciso aterrar em algum lado para reabastecer aviões. Agora isso pode ser feito no ar, mas quando o Médio Oriente aquece, os Açores voltam sempre às notícias. Os partidos de esquerda, e mais recentemente o embaixador do Irão, pedem explicações sobre a possível participação de Portugal no ataque dos Estados Unidos ao Irão. Analistas ouvidos pelo Expresso dizem que as dúvidas e as críticas são legítimas, mas não há muito que Portugal possa fazer

Questionar Governo sobre utilização das Lajes é “legítimo”, mas “autonomia para recusar” operações dos EUA é “muito limitada”

Ana França

Jornalista da secção Internacional

Em abril de 1949, Portugal, um pequeno país, muito pouco desenvolvido e abafado por uma ditadura, no extremo ocidental da Europa, tornou-se um dos membros fundadores da NATO. Seria estranho, não fosse este país soberano sobre um arquipélago essencial nas movimentações geopolíticas da altura: as ilhas dos Açores.

De tal ordem era a importância destes territórios que, quando chegou o 25 de Abril, os Estados Unidos tinham já desenhado planos de contingência para tomar os Açores à força, se preciso fosse, de maneira a evitar um cenário no qual a instauração de um regime comunista, aliado de Moscovo, pudesse alterar o estatuto das Lajes e impedir a sua utilização por parte dos norte-americanos.

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