Guerra no Médio Oriente

Irão lança nova salva de mísseis, Israel confirma pelo menos oito mortos

Estragos provocados por ataques iranianos em Bnei Brak, na região centro de Israel
Estragos provocados por ataques iranianos em Bnei Brak, na região centro de Israel
ABIR SULTAN

O exército israelita anunciou a deteção de uma nova salva de mísseis lançados pelo Irão, que a defesa antiaérea estava a tentar intercetar, mas várias explosões foram ouvidas em Jerusalém

Uma nova vaga de ataques iranianos provocou pelo menos oito mortos durante a madrugada, anuncia a rádio do Exército israelita, citada pela Al Jazeera. Às cinco vítimas registadas no centro de Israel juntam-se mais três em Haifa, no norte do país. Para além dos mortos, o Ministério da Saúde israelita revela que 287 pessoas foram hospitalizadas (uma delas em estado grave). No total, mais de 20 pessoas já morreram no âmbito da ofensiva de Teerão.

Antes, o exército israelita tinha anunciado uma nova salva de mísseis lançados pelo Irão, que a defesa antiaérea estava a tentar intercetar, mas várias explosões foram ouvidas em Jerusalém. "Há pouco tempo, o exército identificou mísseis lançados do Irão em direção ao território do Estado de Israel" e "os sistemas de defesa estão ativados para intercetar a ameaça", declarou o exército em comunicado, instando a população "a dirigir-se para uma zona protegida e aí permanecer até nova ordem".

A AFP testemunhou a ocorrência de fortes explosões ao início desta madrugada em Jerusalém.

As hostilidades abertas entre Israel e o Irão entram hoje no quarto dia sem sinais de abrandamento, alimentando o receio de uma guerra mais vasta na região rica em petróleo.

O Irão disparou várias vagas de drones e mísseis nas últimas 24 horas, enquanto Israel atingiu a capital da República Islâmica, Teerão, matando mais um importante oficial militar, o chefe dos serviços de informações.

Desde sexta-feira, 224 pessoas foram mortas no Irão, de acordo com o governo do país, que afirmou que os civis constituem a maioria das vítimas.

As tensões entre os dois países explodiram em conflito direto na sexta-feira, quando Israel lançou ataques de surpresa contra instalações militares e nucleares iranianas. Desde então, a guerra tem-se pautado pela superioridade aérea israelita e expôs as limitações de uma capacidade de resposta eficaz de Teerão.

As forças apoiadas pelo Irão na região têm igualmente sido largamente dissuadidas pela ação israelita.

O conflito aberto surgiu quando Irão e Estados Unidos estavam há semanas a negociar um acordo sobre o programa nuclear iraniano.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmo no domingo que o Irão e Israel "devem chegar a um acordo e vão chegar a um acordo". "Teremos PAZ, em breve, entre Israel e o Irão!", afirmou na sua rede social Truth Social. "Muitos telefonemas e reuniões estão a ter lugar", acrescentou.

Em seguida, Trump disse, em comentários à comunicação social, que "mas às vezes eles têm que lutar".

Jerusalém, segundo o chefe do Governo israelita, está envolvida numa "campanha existencial", na expressão de Benjamin Netanyahu ao visitar o local de um ataque com mísseis na cidade costeira de Bat Yam, também no domingo.

"O Irão vai pagar um preço muito elevado por assassinar deliberadamente os nossos cidadãos, mulheres e crianças", ameaçou.

A troca de acusações pesou nos mercados financeiros, com as ações da Arábia Saudita, do Egito e do Qatar a caírem no domingo. A libra egípcia enfraqueceu cerca de 1,8%, para mais de 50 por dólar no comércio local. As ações das empresas israelitas subiram, lideradas pela empresa de defesa Elbit Systems Ltd.

A cautela dos investidores noutros locais também foi visível no reinício das negociações esta manhã na Ásia, embora a magnitude dos movimentos fora do setor da energia tenha permanecido relativamente contida.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate