Israel oferece recompensa de cinco milhões de dólares por cada refém libertado
Dos 251 reféns sequestrados em outubro de 2023 pelo Hamas, 97 continuam em cativeiro, embora 34 deles tenham entretanto sido declarados mortos
Dos 251 reféns sequestrados em outubro de 2023 pelo Hamas, 97 continuam em cativeiro, embora 34 deles tenham entretanto sido declarados mortos
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou hoje que Israel oferece uma recompensa de cinco milhões de dólares (4,7 milhões de euros) a quem devolver um refém detido na Faixa de Gaza.
"Qualquer pessoa que nos traga um refém encontrará aqui uma forma segura, para si e a sua família, de saírem [da Faixa de Gaza]. Daremos também uma recompensa de cinco milhões de dólares por cada refém", declarou Netanyahu, num vídeo filmado na Faixa de Gaza, indicou o seu gabinete num comunicado.
Dos 251 reféns sequestrados a 07 de outubro de 2023 pelo movimento islamita palestiniano Hamas em Israel, 97 continuam em cativeiro, embora 34 deles tenham entretanto sido declarados mortos pelo Exército israelita.
Usando um capacete militar e um colete à prova de bala, Netanyahu falou de costas para o mar, no corredor de Netzarim, controlado pelo Exército israelita, no norte da Faixa de Gaza.
"Qualquer pessoa que se atreva a fazer mal aos nossos reféns pode considerar-se morta. Iremos persegui-la e apanhá-la", afirmou.
Acompanhado do seu ministro da Defesa, Israël Katz, o primeiro-ministro israelita reiterou que um dos objetivos da guerra que Israel trava há mais de um ano no enclave palestiniano é que "o Hamas não governe em Gaza".
"Estamos também a envidar esforços para localizar os reféns e trazê-los de volta. Não estamos a desistir. Continuaremos a fazê-lo até os encontrarmos a todos: os vivos e os mortos", assegurou.
A Faixa de Gaza é cenário de conflito desde 07 de outubro de 2023, data em que Israel ali declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas -- desde 2007 no poder e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis.
A guerra, que hoje entrou no 410.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 43.972 mortos (quase 2% da população), entre os quais mais de 17.000 menores, e 104.008 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a deslocar-se, muitos deles várias vezes, ao longo de mais de um ano de guerra, encontrando-se em acampamentos apinhados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.
O sobrepovoado e pobre enclave palestiniano está mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
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