Guerra no Médio Oriente

Hutis reivindicam novo ataque a navio cargueiro no mar Vermelho

Hutis reivindicam novo ataque a navio cargueiro no mar Vermelho
YAHYA ARHAB

O porta-voz militar dos hutis, Yahya Sarea, afirmou em comunicado que a operação foi realizada com 'drones' e mísseis, e reivindicou que "o navio foi atingido com precisão e recebeu um impacto direto"

Os rebeldes hutis do Iémen reivindicaram, este sábado, um ataque com mísseis e 'drones' contra o navio porta-contentores Groton, no Golfo de Aden, que segundo os centros de operações marítimas britânico e norte-americano não sofreu danos significativos.

O porta-voz militar dos hutis, Yahya Sarea, afirmou em comunicado que a operação foi realizada com 'drones' e mísseis, e reivindicou que "o navio foi atingido com precisão e recebeu um impacto direto", informação não confirmada por outras fontes.

Segundo o centro de operações comerciais marítimas do Reino Unido, citado pela AP, no ataque de sexta-feira os dois mísseis "explodiram nas proximidades do navio", cerca de 240 quilómetros a leste de Aden, não provocando feridos.

"Toda a tripulação está em segurança e segue para o próximo porto de escala", informou o centro de operações britânico.

O Centro Conjunto de Informações Marítimas, um órgão multinacional supervisionado pela Marinha dos EUA, identificou hoje o navio alvo como o porta-contentores Groton, com bandeira da Libéria, indicando que um dos dois mísseis causou danos ligeiros.

O Groton já havia sido atacado em 03 de agosto num ataque semelhante dos hutis próximo de Aden.

O ataque de sexta-feira surge depois de um outro que poderá provocar um grande derrame de petróleo na região: Os hutis assaltaram esta semana um petroleiro de bandeira grega no Mar Vermelho, onde deixaram explosivos que mais tarde acabaram por detonar.

Estas explosões constituem o ataque mais grave das últimas semanas pelos hutis na sua campanha que perturba o transporte de mercadorias pelo Mar Vermelho, como sinal de apoio ao movimento islamita palestiniano Hamas na sua luta contra Israel.

Estima-se que os ataques dos hutis já tenham causado prejuízos na ordem dos 900 milhões de euros (mil milhões de dólares).

Entretanto, o Centro Conjunto de Informação Marítima, uma entidade multinacional que é supervisionada pela Marinha norte-americana, identificou hoje o navio porta-contentores Groton, de bandeira liberiana, que foi atacado há cerca de um mês também num ataque Huthi.

A semelhança do que aconteceu agora, também o navio Groton foi atacado ao largo de Aden, tendo sido atingido por dois mísseis, um dos quais causou danos menores, recorda a AP.

O navio "foi visado devido ao facto de outras embarcações da sua estrutura terem feito escalas recentes em Israel", revelou hoje o centro coordenado pelos norte-americanos.

Os Houthis atacaram mais de 80 navios com mísseis e drones desde que a guerra em Gaza recomeçou, em outubro do ano passado.

Até ao momento, os rebeldes já apreenderam um navio e afundaram outros dois, numa campanha que também matou quatro marinheiros, sendo que houve vários mísseis e drones que foram intercetados por uma coligação liderada pelos Estados Unidos no Mar Vermelho ou, simplesmente, não conseguiram atingir os seus alvos.

Os rebeldes alegam que atacam os navios ligados a Israel, aos norte-americanos ou ao Reino Unido para forçar o fim do ataque de Israel contra o Hamas em Gaza.

No entanto, a AP sublinha que muitos dos navios atacados até ao momento "têm pouca ou nenhuma ligação com o conflito, incluindo alguns com destino ao Irão".

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