Guerra no Médio Oriente

Hezbollah ataca Glilot, Israel diz que base não foi atingida

Discurso de Hassan Nasrallah para apoiantes do Hezbollah, nos subúrbios de Beirute
Discurso de Hassan Nasrallah para apoiantes do Hezbollah, nos subúrbios de Beirute
ANWAR AMRO / AFP / GETTY IMAGES

Nasrallah pormenorizou que foi identificado como alvo principal a base de Glilot, acrescentando tratar-se de uma instalação dos serviços secretos militares israelitas a cerca de 110 quilómetros da fronteira libanesa e a 1,5 quilómetros de Telavive

O líder do Hezbollah informou neste domingo que a resposta ao assassinato do comandante Fuad Shukr foi o ataque à base de Glilot, indicando que a ação foi limitada deliberadamente, enquanto Telavive referiu que o complexo militar não foi atingido. "Controlámos a nossa resposta para que o alvo não fosse civil ou uma infraestrutura pertencente ao inimigo, e para que o alvo fosse militar e tivesse uma ligação com a operação de assassinato" contra Shukr, afirmou Hassan Nasrallah.

Nas mesmas declarações, Nasrallah pormenorizou que foi identificado como alvo principal a base de Glilot, acrescentando tratar-se de uma instalação dos serviços secretos militares israelitas a cerca de 110 quilómetros da fronteira libanesa e a 1,5 quilómetros de Telavive.

Os 'drones' dos xiitas libaneses visaram a base do principal departamento dos serviços secretos militares de Israel (AMAN) e a Unidade 8.200, detalhou o representante, garantindo que foram atingidos os "dois alvos especificados", mas, frisou "o inimigo está a manter o segredo, como de costume".

Quase um mês depois, o movimento xiita libanês (pró-iraniano) respondeu hoje ao bombardeamento israelita que matou Shukr e outras seis pessoas nos arredores de Beirute, a 30 de julho, embora não tenha especificado inicialmente qual o principal alvo da sua retaliação.

O Hezbollah tinha anunciado anteriormente ter disparado mais de 300 projéteis contra 11 quartéis e bases do exército israelita, numa operação para despistar defesas antiaéreas e permitir que os seus 'drones' entrassem em território israelita "profundo". As autoridades do país vizinho acreditavam que o grupo tinha tentado chegar a Glilot.

Há quase quatro semanas que o Médio Oriente aguarda a resposta do grupo libanês ao atentado de finais de julho e a resposta prometida pelo Irão ao assassinato do líder político do movimento islamita palestiniano Hamas Ismail Haniyeh, atribuído a Israel.

O Hezbollah disse que o ataque de hoje foi apenas a "primeira fase" da sua retaliação, embora os efeitos limitados tenham ajudado a acalmar os receios de uma guerra aberta no Líbano e confirmado que nenhum dos lados está interessado numa escalada maior da violência.

Nasrallah também desmentiu as "falsas alegações" de Israel de que teria destruído "milhares de lança-foguetes" e "intercetado milhares de 'rockets'", admitindo que apenas "dezenas de rampas foram destruídas".

Já um porta-voz do exército israelita disse à agência France Presse (AFP) que podia "confirmar que a base de Glilot não foi atingida", apesar de ter sido o principal alvo anunciado pelo Hezbollah. Nesta base também fica a sede da Mossad (serviços secretos israelitas), segundo os meios de comunicação israelitas.

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