Guerra no Médio Oriente

Ataque israelita mata 90 palestinianos em Khan Younis (guerra, dia 283)

Ataque israelita mata 90 palestinianos em Khan Younis (guerra, dia 283)
Anadolu/Getty Images

Israel garantiu que o ataque num acampamento de famílias deslocadas perto da cidade de Khan Younis tinha como alvo militares do Hamas, mas o grupo desmente. A Autoridade Nacional Palestiniana condenou o Exército israelita, mas também responsabilizou os EUA e o próprio Hamas

Ataque israelita mata 90 palestinianos em Khan Younis (guerra, dia 283)

Helena Bento

Jornalista

Um ataque israelita num acampamento de famílias deslocadas perto da cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, resultou na morte de pelo menos 90 pessoas e feriu 289, segundo o ministério da Saúde de Gaza.

O Exército israelita confirmou que o ataque tinha como alvos Mohammed Deif - chefe militar do Hamas que Israel considera ter sido um dos homens que planearam o ataque de 7 de outubro - e Rafa Salama, comandante local na cidade de Khan Younis. Ainda não é certo, contudo, que os dois homens tenham morrido, como admitiu o próprio primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, em conferência de imprensa.

O exército garantiu que o ataque se dirigiu a uma área onde não havia civis, mas o Hamas apresentou uma versão diferente, negando, em comunicado, que o ataque israelita tenha tido como alvo líderes do grupo. “Trata-se de alegações falsas usadas para encobrir a escalada do horrível massacre.”

A Autoridade Nacional Palestiniana condenou o ataque, que descreveu como mais uma peça da "política de genocídio" orquestrada por Israel. E responsabilizou os EUA pelo ataque, cuja administração "insiste em violar todas as resoluções de legitimidade internacional, mantendo o seu apoio militar e financeiro a esta ocupação, que comete massacres sangrentos contra o nosso povo todos os dias", afirmou o porta-voz Nabil Abu Rudeineh, citado pela agência de notícias oficial Wafa.

Mas o Hamas também foi responsabilizado. Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana, afirmou, citado pela agência Efe, que o grupo está a “impedir a unidade nacional e a proporcionar pretextos” a Israel para atacar. Tem, por isso, “responsabilidade jurídica, moral e política pela continuação da guerra de aniquilação israelita na Faixa de Gaza, com todo o sofrimento, destruição e morte que causa ao nosso povo”.

OUTRAS NOTÍCIAS QUE MARCARAM O DIA:

- Todos os países que haviam suspendido o financiamento à agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) retomaram as contribuições, com exceção dos Estados Unidos e do Reino Unido, embora este último esteja a considerar reiniciar o apoio. A informação foi divulgada pelo comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, no final da Conferência de Doadores da ONU, realizada em Nova Iorque;

- Pelo quarto dia consecutivo, familiares de reféns detidos em Gaza e numerosos israelitas manifestam-se contra as ações do governo e do primeiro-ministro, numa marcha até Jerusalém, segundo o “Times of Israel”;

- A Argentina declarou o grupo palestiniano Hamas como uma organização terrorista. Além disso, o país decretou o bloqueio dos bens financeiros do grupo, num movimento do Presidente Javier Milei para aproximar a Argentina dos Estados Unidos e de Israel, informou a Associated Press.

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