Keir Starmer, novo primeiro-ministro trabalhista britânico, nomeou David Lammy como ministro dos Negócios Estrangeiros e o agora chefe da diplomacia não tardaria a vir a público exigir um “cessar-fogo imediato" na guerra na Faixa de Gaza.
Lammy promete “trabalhar” — nomeadamente ao lado dos Estados Unidos — para se alcançar este acordo, prometendo igualmente empenho para “retirar os reféns" israelitas mantidos em cativeiro pelo Hamas.
Este tema, apesar da expressiva vitória trabalhista nas eleições desta quinta-feira, é sensível e causa uma certa divisão inteira no Labour, sendo o agora primeiro-ministro acusado de expressar uma posição demasiado “pró-israelita” no conflito.
Pareciam estar de costas voltadas, Benny Gantz e Benjamin Netanyahu, tendo o primeiro resolvido bater com a porta e abandonar o gabinete de guerra no início de junho, alegando “divergências” com o seu primeiro-ministro — regressando à oposição e ao partido Unidade Nacional. No entanto, esta sexta-feira, Benny Gantz veio declarar “apoio total” a Netanyahu num eventual acordo com o Hamas para a libertação de reféns.
Se Gantz se aproxima do Governo, a coligação governamental que sustenta Netanyahu não parece tão certa de que o passo correto é negociar, havendo dirigentes ultranacionalistas (como os ministros das Finanças e da Segurança Social) que não admitem conversações com o grupo palestiniano.
Apoiado ou acossado internamente, a verdade é que o primeiro-ministro aprovou o envio de um emissário israelita (no caso, o chefe do serviço de informações Mossad, David Barnea) ao Qatar para discutir, também neste sexta-feira, um cessar-fogo em Gaza, isto enquanto os combates e bombardeamentos prosseguem violentamente no norte do enclave e também em Rafah, no sul.
O chefe das secretas irá reunir em Doha com Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, primeiro-ministro do Qatar, e discutirá as novas medidas assumidas pelo Hamas (que, curiosamente, Benjamin Netanyahu prometeu “destruir”) para colocar fim à guerra que dura já desde 7 de outubro.
OUTRAS NOTÍCIAS EM DESTAQUE:
⇒ O Exército israelita afirmou esta sexta-feira que abateu na última semana uma centena de supostos combatentes (descritos por Israel como “terroristas”) das milícias islâmicas na Faixa de Gaza, numa operação militar em Shujaiya, um bairro no sudeste da cidade de Gaza, tendo igualmente “desmantelado mais de 100 locais da infraestrutura terrorista e localizado grandes quantidades de armas”.
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