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Guerra no Médio Oriente

“EUA e Europa apoiam Israel com armas”, mas “a paz custa menos do que uma bomba”: entrevista ao palestiniano Aziz Sarah

À direita, o ativista palestiniano Aziz Abu Sarah encontrou-se com o Papa Francisco a 18 de maio, juntamente com o seu amigo israelita Maoz Inon
À direita, o ativista palestiniano Aziz Abu Sarah encontrou-se com o Papa Francisco a 18 de maio, juntamente com o seu amigo israelita Maoz Inon
Vatican Pool

Crescer em conflito foi o que o levou a procurar a paz. Aziz Abu Sarah é um ativista e pacifista palestiniano que acredita que o seu povo e o israelita podem ser “um só”: “Nós, palestinianos e israelitas que acreditamos na paz e na igualdade, estamos do mesmo lado, contra a guerra”. Mas o fim do conflito também depende da “pressão externa”, que tem falhado. Aziz Sarah aponta o dedo ao Ocidente por investir mais em armas do que em soluções pacíficas

“EUA e Europa apoiam Israel com armas”, mas “a paz custa menos do que uma bomba”: entrevista ao palestiniano Aziz Sarah

Mara Tribuna

Jornalista

Nascido na Cisjordânia, Aziz Abu Sarah tinha apenas dez anos quando o seu irmão Tayseer, de 19, morreu às mãos de soldados israelitas. Cresceu zangado e vingativo, e foi ao aprender hebraico numa escola em Jerusalém que Aziz, o único palestiniano da turma, se apercebeu de que afinal tinha mais coisas em comum com os israelitas do que pensava. Transformou a “raiva boa” no seu trabalho: até à data, levou a cabo iniciativas de educação e paz em mais de 65 países, incluindo Afeganistão, Israel, Palestina e Síria.

Em 2018, decidiu candidatar-se a presidente da Câmara de Jerusalém, a cidade que Israel e o futuro Estado palestiniano reivindicam como capital. É apenas um de três palestinianos a terem-no feito em toda a História, depois de Mustafa al-Khalidi (há 40 anos) e de Ruhi al-Khatib (há 75).

Aziz viu-se obrigado a retirar a candidatura, contudo, devido a pressões de ambos os lados. “Pelo menos consegui fazer uma coisa bem feita: pôr o Governo israelita e o Governo palestiniano de acordo, concordaram que não gostavam de mim”, ironiza em entrevista ao Expresso, à margem da Global Exploration Summit (GLEX Summit) — a maior cimeira de exploradores à escala mundial que decorreu na ilha Terceira, Açores.

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