Espanha vai pedir autorização ao Tribunal Internacional de Justiça para se juntar ao processo da África do Sul que acusa Israel de genocídio na Faixa de Gaza. É o primeiro país da Europa a dar este passo.
“Tomámos esta decisão devido à operação militar em curso em Gaza. Queremos que a paz regresse a Gaza e ao Médio Oriente e, para que isso aconteça, todos temos de apoiar o tribunal [das Nações Unidas]”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, esta quinta-feira.
No final do ano passado, a 29 de dezembro, a África do Sul apresentou o caso à mais alta instância judicial da ONU, acusando Israel de estar a cometer o crime de genocídio contra os palestinianos em Gaza, violando assim a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, de 1948.
Pelo menos o México, Colômbia, Nicarágua, Líbia, Chile, Turquia e Egito também já pediram ao Tribunal Internacional de Justiça de Haia para se juntar à queixa, além da Palestina. Espanha é assim o primeiro país europeu a fazê-lo, uma semana depois de ter reconhecido formalmente a Palestina juntamente com a Irlanda e a Noruega.
Desde o início da guerra entre o Hamas e Israel a 7 de outubro de 2023 — que amanhã completa oito meses — morreram 36 mil palestinianos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo movimento islamita, que não faz distinção entre civis e combatentes. Do outro lado, morreram 1200 israelitas e mais de 250 foram feitos reféns.
Telavive nega a acusação da África do Sul: “O caso ridiculariza a hedionda acusação de genocídio” e está “completamente divorciado dos factos e das circunstâncias”, disse o representante do Governo de Israel ao tribunal das Nações Unidas, Gilad Noam. “Está a decorrer uma guerra trágica, mas não há genocídio”, acrescentou, há três semanas.
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