Guerra no Médio Oriente

Espanha é o primeiro país europeu a pedir ao Tribunal Internacional de Justiça para se juntar à acusação de genocídio em Gaza

A guerra em Gaza já matou mais de 36 mil palestinianos em apenas oito meses
A guerra em Gaza já matou mais de 36 mil palestinianos em apenas oito meses
Mohammed Salem/Reuters

Espanha quer juntar-se ao processo apresentado por África do Sul, no final do ano passado, que acusa Israel de violar a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio com a sua guerra em Gaza. Morreram 36 mil palestinianos em oito meses, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas

Espanha é o primeiro país europeu a pedir ao Tribunal Internacional de Justiça para se juntar à acusação de genocídio em Gaza

Mara Tribuna

Jornalista

Espanha vai pedir autorização ao Tribunal Internacional de Justiça para se juntar ao processo da África do Sul que acusa Israel de genocídio na Faixa de Gaza. É o primeiro país da Europa a dar este passo.

“Tomámos esta decisão devido à operação militar em curso em Gaza. Queremos que a paz regresse a Gaza e ao Médio Oriente e, para que isso aconteça, todos temos de apoiar o tribunal [das Nações Unidas]”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, esta quinta-feira.

No final do ano passado, a 29 de dezembro, a África do Sul apresentou o caso à mais alta instância judicial da ONU, acusando Israel de estar a cometer o crime de genocídio contra os palestinianos em Gaza, violando assim a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, de 1948.

Pelo menos o México, Colômbia, Nicarágua, Líbia, Chile, Turquia e Egito também já pediram ao Tribunal Internacional de Justiça de Haia para se juntar à queixa, além da Palestina. Espanha é assim o primeiro país europeu a fazê-lo, uma semana depois de ter reconhecido formalmente a Palestina juntamente com a Irlanda e a Noruega.

Desde o início da guerra entre o Hamas e Israel a 7 de outubro de 2023 — que amanhã completa oito meses — morreram 36 mil palestinianos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo movimento islamita, que não faz distinção entre civis e combatentes. Do outro lado, morreram 1200 israelitas e mais de 250 foram feitos reféns.

Telavive nega a acusação da África do Sul: “O caso ridiculariza a hedionda acusação de genocídio” e está “completamente divorciado dos factos e das circunstâncias”, disse o representante do Governo de Israel ao tribunal das Nações Unidas, Gilad Noam. “Está a decorrer uma guerra trágica, mas não há genocídio”, acrescentou, há três semanas.

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