Guerra no Médio Oriente

Médicos Sem Fronteiras criticam ataque indiscriminado contra civis em Gaza

A equipa dos Médicos Sem Fronteiros em Jenin, na Cisjordânia
A equipa dos Médicos Sem Fronteiros em Jenin, na Cisjordânia
Faris Al-Jawad/Médicos Sem Fronteiras

Os comentários do presidente de MSF surgem após o ataque de Israel a um campo de deslocados em Rafah, localizado no sul da Faixa de Gaza, que causou pelo menos 45 mortos, incluindo mulheres e crianças

O presidente da Organização Não Governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras (MSF), Christos Christou, criticou, esta terça-feira, o bombardeamento "indiscriminado e desproporcional" de civis em Gaza por parte de Israel.

Christos Christou, em declarações no Clube da Camberra Press, na Austrália, lamentou a impunidade com a qual o direito humanitário internacional é violado naquele enclave palestiniano.

"Vimos no terreno um bombardeamento indiscriminado e desproporcional de civis, de crianças. Vimos o bloqueio da ajuda humanitária, ataques a hospitais, perdemos colegas. Não há ninguém seguro em Gaza", sublinhou.

O presidente dos MSF também apelou à Austrália e ao resto da comunidade internacional para imporem sanções a Israel como fariam a qualquer outro país que se recusasse a cumprir as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

Mas, "o apoio expresso do governo australiano a um cessar-fogo soa vazio quando são eles que fornecem as armas que continuam a matar e mutilar em Gaza", disse Christou.

Os comentários do presidente de MSF -- que vai reunir-se na quarta-feira com a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Penny Wong -- surgem após o ataque de Israel a um campo de deslocados em Rafah, localizado no sul da Faixa de Gaza, que causou pelo menos 45 mortos, incluindo mulheres e crianças, segundo as autoridades palestinianas.

A ofensiva, através da qual Telavive afirma ter matado dois líderes do grupo islâmico Hamas, ocorreu no domingo numa área anteriormente declarada segura por Israel.

Rafah continua a ser o foco da ofensiva israelita apesar da ordem do Tribunal Internacional de Justiça, emitida na sexta-feira, para o fim "imediato" da operação no referido território.

A guerra entre Israel e o Hamas, após o ataque do grupo terrorista contra vários pontos do território israelita, em 07 de outubro, causou mais de 37 mil mortos, entre mulheres, crianças e idosos, bem como jornalistas e trabalhadores humanitários, incluindo o australiano Zomi Frankcom.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate