A universidade onde David Steigerwald dá aulas é hoje um campo aberto para ideias de revolta e libertação tomarem forma. À semelhança da Universidade do Estadp de Ohio, 140 campi universitários nos EUA, abrangendo 45 estados, foram ocupados por manifestantes pró-Palestina, desde que os protestos começaram na Universidade de Columbia, em Nova Iorque. Há cerca de uma semana, mais de 100 estudantes foram detidos, depois da entrada de agentes da polícia em Columbia. A comparação já foi feita, mas David Steigerwald, professor de História de Ohio e coautor de “Debating the Sixties: Liberal, Conservative, and Radical Perspective”, não se coíbe de recorrer a paralelos: há, sim, semelhanças com os protestos de 1968, quando tropas dos EUA já combatiam no Vietname há vários anos.
“Sim e não. É uma resposta de professor, certo? Vemos semelhanças e vemos muitas diferenças. Uma das semelhanças é que os protestos parecem pesar contra Biden, por razões óbvias, porque o apoio a Israel tem sido inabalável em todos os aspetos importantes." Tal como em 1968, os manifestantes ocuparam o Hamilton Hall (na Universidade de Columbia), rebatizando-o de Hind’s Hall, em homenagem a uma menina palestiniana de seis anos que foi morta em Gaza. A rebelião estudantil de 1968 terá sido a inspiração, e a resposta governamental também encontra paralelo na atualidade. Joe Biden já rejeitou as alegações de que os protestos em Columbia não foram violentos. “Destruir propriedade não é um protesto pacífico, é contra a lei”, afirmou o Presidente dos EUA.
Na década de 1960, a violência de ambos os lados - estudantes e autoridades - foi, contudo, recorrente, com o registo de várias mortes e ataques por parte dos polícias. “Não creio que haja os fundamentos sociais e culturais para a combustibilidade de 1968", argumenta David Steigerwald. “Mas uma coisa a lembrar sobre 1968 é que foi um ano de protestos globais, e vemos uma espécie de onda semelhante agora. Houve protestos em Londres, e em Paris também…”
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