Guerra no Médio Oriente

Israel-Irão: posição de Biden “pode ser um veto à retaliação”, mas “não responder depois de um ataque destes vai ser muito difícil”

Um modelo 3 D de um drone e um míssil iranianos, debaixo de uma placa de diz "7 minutos até Telavive", a distância que estes mísseis supostamente demoram a atingir a capital de Israel. A fotografia foi tirada na mesquita Imam Khomeini, em Teerão
Um modelo 3 D de um drone e um míssil iranianos, debaixo de uma placa de diz "7 minutos até Telavive", a distância que estes mísseis supostamente demoram a atingir a capital de Israel. A fotografia foi tirada na mesquita Imam Khomeini, em Teerão
NurPhoto/Getty Images

Presidente dos EUA não deu espaço para grandes discussões. No domingo de manhã, ao telefone com Netanyahu, disse-lhe que a eficácia quase total das suas defesas antiaéreas era uma vitória - e que ele devia tomar essa vitória como boa, e não procurar outras numa potencial retaliação pelo enorme ataque desencadeado pelo Irão. Mas será que isso é possível quando o Governo é sustentado por políticos radicais que pedem que Israel ataque “como se tivesse enloquecido”? Gaza fica esquecida, tal como o urgente cessar-fogo

Israel-Irão: posição de Biden “pode ser um veto à retaliação”, mas “não responder depois de um ataque destes vai ser muito difícil”

Ana França

Jornalista da secção Internacional

“A posição americana colocou os israelitas numa situação muito difícil. A certeza de que a América não participaria num ataque contra o Irão é, para mim, efetivamente um veto a essa opção”, começa por dizer, ao telefone com o Expresso, o autor de livros sobre o Médio Oriente e analista especializado na região Michael Young.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já vinha perdendo um pouco da paciência que demonstrou nos primeiros dias da intervenção em Gaza. A pressão sobre Israel, no seguimento da divulgação de fotografias e vídeos de crianças macérrimas em Gaza e também do ataque à organização não-governamental World Central Kitchen, estava a chegar a um ponto complicado, com alguns meios de comunicação israelitas a escrever que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, estaria “desesperado” por um acordo com o Hamas para que pelo menos alguns reféns pudessem regressar a Israel. Tudo isso foi pulverizado ontem, juntamente com mais de três centenas de projéteis que o Irão lançou contra Israel, um ataque sem precedentes na história ácida entre os dois países.

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