EUA admitem intervir se Irão atacar Israel; Hamas diz que não tem 40 reféns para troca com Israel: o 188º. dia de guerra no Médio Oriente
Protesto em Teerão, contra Israel e os EUA
NurPhoto
As autoridades norte-americanas e israelitas cada vez mais acreditam que um ataque iraniano contra Israel está iminente. Fontes das secretas dos EUA dizem que o Irão está a planear atingir infraestruturas militares ou governamentais, em vez de civis, em Israel. Os EUA têm alertado o Irão “para não ir longe demais”, e agora admitem mesmo intervir. O Hamas diz que não tem 40 reféns que se enquadrem nos critérios, para entrar em acordo com Israel. Os critérios da proposta, que era apoiada pelos EUA, incluía a libertação de mulheres, crianças e reféns idosos ou doentes em Gaza. Eis os destaques do 188º. dia de guerra no Médio Oriente
Os Estados Unidos poderão intervir para ajudar Israel a defender-se de um ataque iraniano com mísseis. A hipótese foi assumida por autoridades norte-americanas, apontando para a possibilidade de um confronto direto, não só entre o Irão e Israel, mas também entre o Irão e os EUA, revela o jornal “The Guardian”. Os EUA acreditam que está iminente um ataque iraniano, em represália ao ataque israelita ao consulado iraniano em Damasco, há 10 dias, quando morreram sete altos funcionários militares, incluindo dois generais da Guarda Revolucionária do Irão. Não só os EUA estão dispostos a ajudar Israel a defender-se de qualquer ataque iraniano com mísseis ou drones, mas também estarão preparados para se juntarem a uma contraofensiva israelita.
Apesar da clara frustração com as mais recentes decisões de Netanyahu, o Presidente dos EUA vincou o seu compromisso de ajudar Israel a defender-se no caso de um ataque iraniano. “Também queremos responder à ameaça iraniana de lançar um ataque significativo; eles estão a ameaçar lançar um ataque significativo em Israel”, afirmou. "Como disse ao primeiro-ministro Netanyahu, o nosso compromisso com a segurança israelita contra estas ameaças do Irão e dos seus representantes é inflexível. Deixe-me repetir, inflexível, intransigente, [...] tudo o que pudermos para proteger a segurança de Israel."
Ao longo dos últimos dois dias, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, consultou homólogos na Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iraque e Turquia. Também viajou para Damasco e para Omã, que servirá como intermediário entre o Irão e os EUA. O governante iraniano afirmou, durante o seu périplo, que os EUA não podiam “fugir à responsabilidade de ter apoiado e apoiar total e absolutamente os crimes de guerra de Israel”. Os EUA apelaram aos ministros dos Negócios Estrangeiros do Médio Oriente a pressionar o Irão para se moderar.
Referindo-se à possibilidade de uma retaliação iraniana, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que Israel continua a sua guerra em Gaza, mas também se prepara para cenários que possam desencadear-se em outras áreas. “Quem quer que nos prejudique, nós iremos prejudicá-los."
Nesta quinta-feira, o Kremlin apelou a todos os países do Médio Oriente para que mostrem moderação, de forma a evitar que a região seja dominada pelo caos.
O Hamas sugeriu que não tem 40 reféns ainda vivos que cumpram os critérios “humanitários” para uma proposta de acordo de cessar-fogo, com troca de prisioneiros com Israel. Um alto funcionário israelita confirmou as afirmações feitas no fim de semana pelo Hamas, durante as negociações no Cairo, de que não possui 40 reféns em Gaza que atendam aos critérios de troca. As conversações para um cessar-fogo centraram-se numa proposta - apoiada pelos EUA - de uma troca faseada de reféns e prisioneiros. Mulheres, crianças e pessoas idosas ou doentes - incluindo cinco mulheres soldados israelitas - seriam trocadas por cerca de 900 prisioneiros palestinianos detidos por Israel, para se assegurar um cessar-fogo de seis semanas em Gaza.
⇒ O Exército israelita garante ter matado o "principal financiador" do Hamas. O alto responsável do grupo armado palestiniano foi identificado como Nasser Yakob Jaber Nasser e, segundo as forças israelitas, era "responsável pelo financiamento de uma parte significativa das atividades militares do Hamas" na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, junto à fronteira com o Egito. Nasser terá conseguido transferir milhares de dólares para o Hamas.
⇒ Milhares de judeus ultraortodoxos protestaram frente a um dos centros de inscrição do Exército israelita, em Jerusalém. Em causa está a decisão do Supremo Tribunal que os obriga a alistarem-se. Alguns dos manifestantes entraram em confronto com a polícia, segundo o jornal “The Times of Israel”. Representando cerca de 30% da população masculina total, os ultraortodoxos e os árabes estão isentos do serviço militar obrigatório. No que respeita às mulheres, quase 45% também evitam o serviço militar por motivos religiosos.
⇒ A Unicef denunciou que um dos seus camiões foi atingido a tiro enquanto esperava para atravessar um posto de controlo militar israelita na Faixa de Gaza. Nenhum dos seus trabalhadores ficou ferido.