Guerra no Médio Oriente

A luta de Reem Hammad para tirar a família de Gaza ou como o desespero na guerra cria sempre oportunidades de negócio

Reem (direita) com a mãe e duas irmãs e o sobrinho
Reem (direita) com a mãe e duas irmãs e o sobrinho
D.R.

A família Hammad está presa em Rafah, tal como milhares de outras famílias de Gaza, obrigadas a deixar as suas casas à medida que os tanques israelitas foram avançando sobre o território. Reem, de 29 anos, residente da Alemanha e filha do meio da família Hammad, criou uma página na internet onde pede ajuda para atingir os impossíveis 35 mil euros que os “agentes” egípcios exigem para retirar a família de Gaza. O marido tem um bom emprego e até tinham dinheiro de lado que podia ter ajudado nesta situação, mas investiram tudo num sonho que a guerra tornou pó

A luta de Reem Hammad para tirar a família de Gaza ou como o desespero na guerra cria sempre oportunidades de negócio

Ana França

Jornalista da secção Internacional

Não é como se sair de Gaza antes da guerra fosse uma ocorrência mundana. Tal como agora, cada cidadão tinha de pedir uma autorização especial que passava por pelo menos três entidades: os guardas fronteiriços de Gaza, do Hamas, o Gabinete de Coordenação das Atividades Governamentais nos Territórios (COGAT), a unidade do Ministério da Defesa israelita que trata dos assuntos civis nos territórios palestinianos ocupados, e as autoridades egípcias.

Havia e há “agentes” egípcios que tratam disto tudo, juntam os dados de cada proponente, toda a documentação que sirva para comprovar que não existem ligações a qualquer grupo proscrito, registo criminal, data de saída e regresso, motivo da viagem, fotocópias de passaportes e permissões anteriores, registo de emprego, etc. É caro. Reem Hammad está literalmente a pedir dinheiro a desconhecidos - e a sau família nem sequer está assim tão confortável com isso.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: afranca@impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate