Guerra no Médio Oriente

Israel dá "luz verde" a uma nova ronda de conversações sobre tréguas em Gaza: o que marca o 175.º dia de guerra

Israel dá "luz verde" a uma nova ronda de conversações sobre tréguas em Gaza: o que marca o 175.º dia de guerra
Spencer Platt

Netanyahu confirma nova ronda de negociações com vista a uma trégua em Gaza, enquanto o Ministério da Saúde de Gaza adianta que “sete massacres contra famílias na Faixa de Gaza” provocam 71 mortes. Esta sexta-feira, o Presidente dos Estados Unidos garantiu que os países árabes estão dispostos a reconhecer "plenamente" Israel. Eis as notícias que marcaram o 175.º dia de guerra

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, deu "luz verde" a uma nova ronda de conversações, em Doha e no Cairo, com vista a uma trégua em Gaza. A informação foi avançada, esta sexta-feira, pelo seu gabinete. "Benjamin Netanyahu falou com o diretor da Mossad [serviços de informações externas israelitas] e com o diretor do Shin Bet [serviços de informações internas] e aprovou uma nova ronda de negociações nos próximos dias, em Doha [Catar] e no Cairo [Egito]", lê-se no comunicado.

Já no início desta semana (terça-feira), o Catar, país mediador, disse que as negociações entre o Hamas e Israel sobre uma trégua em Gaza e a libertação dos reféns se mantinham. No entanto, desde segunda-feira — altura que o Conselho de Segurança das Nações Unidas apelou a um "cessar-fogo imediato" —, Israel e Hamas acusam-se mutuamente da incapacidade de chegar a um acordo sobre uma trégua.

Esta é uma guerra que dura há seis meses e já provocou, em Gaza, mais de 32.623 mortos: na sua maioria mulheres e crianças. O balanço do Ministério da Saúde de Gaza deste 175.º dia de guerra contabilizava 71 mortes e 112 feridos, resultantes de “sete massacres contra famílias na Faixa de Gaza”.


Outras notícias que marcaram o dia:

⇒ O Presidente dos Estados Unidos garantiu que os países árabes, incluindo a Arábia Saudita, estão dispostos a reconhecer "plenamente" Israel, mediante um "plano" para depois da guerra na Palestina em que se contemple uma solução de dois Estados. "Tenho trabalhado com os sauditas e com todos os outros países árabes, incluindo o Egito, a Jordânia e o Catar. Eles estão dispostos a reconhecer plenamente Israel", afirmou Joe Biden, na quinta-feira, num evento de campanha, em Nova Iorque, onde esteve acompanhado pelos ex-presidentes Bill Clinton e Barack Obama, segundo a agência Bloomberg.

⇒ A Amnistia Internacional considera que países devem fazer de tudo “para prevenir genocídio” em Gaza. "Um cessar-fogo imediato é o meio mais eficaz para aliviar o sofrimento em Gaza e garantir as medidas do TIJ", salientou a organização não-governamental (ONG) num comunicado. O mais alto tribunal da ONU ordenou na quinta-feira a Israel a abertura de mais passagens terrestres para permitir a entrada de alimentos, água e combustível em Gaza, visando combater a escassez no enclave palestiniano devastado pela guerra.

⇒ O Reino Unido enviou dez toneladas de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, pela segunda vez em menos de uma semana, entre avisos de que a população de Gaza enfrenta uma fome iminente. "O Reino Unido está a fazer tudo o que é necessário para levar a maior quantidade possível de alimentos para Gaza. O lançamento aéreo de hoje entregará mais de 10 toneladas de alimentos aos civis necessitados", afirmou o ministro britânico da Defesa, Grant Shapps.

⇒ Um grupo de representantes de nove países no Festival Eurovisão da Canção 2024, entre os quais Portugal, assina uma carta na qual pede um "cessar-fogo imediato e duradouro" na guerra de Israel na Palestina e o regresso de todos os reféns israelitas. Os representantes reconhecem "o privilégio de participar na Eurovisão", mas que não se sentem "confortáveis em ficar em silêncio" perante a "situação atual nos Territórios Palestinianos Ocupados, em particular em Gaza e em Israel".

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