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Guerra no Médio Oriente

Cada vez mais habitantes de Gaza querem solução de dois Estados, 70% dos palestinianos concordam com ataque de 7 de outubro

Soldados israelitas levam detida uma criança, na sequência de confrontos na cidade de Hebron, na Cisjordânia
Soldados israelitas levam detida uma criança, na sequência de confrontos na cidade de Hebron, na Cisjordânia
THOMAS COEX / AFP / GETTY IMAGES

De três em três meses, o Centro Palestiniano de Investigação e Políticas apresenta uma sondagem sobre o sentimento político palestiniano, na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, cujos números têm oscilado muito. No último estudo, fica claro que o apoio à luta armada está a cair em ambos os territórios, que os habitantes de Gaza desejam cada vez mais uma solução de dois Estados, mas também que os ataques terroristas do Hamas a 7 de outubro são vistos de forma positiva, como momento que voltou a catapultar a luta palestiniana para a conversa coletiva

Cada vez mais habitantes de Gaza querem solução de dois Estados, 70% dos palestinianos concordam com ataque de 7 de outubro

Ana França

Jornalista da secção Internacional

Mesmo que não estivesse em curso uma guerra incessante, é difícil realizar na Faixa de Gaza uma sondagem ou qualquer outro levantamento de opiniões políticas. Responder com sinceridade é um ato de coragem, uma vez que o Hamas mantém em vigor uma ditadura e os habitantes de Gaza sabem que é perigoso criticar o grupo islamita que domina a vida civil, toda a pouquíssima ajuda que entra e o acesso à saúde.

“Para mim, a coisa mais óbvia, com base nesta sondagem e em conversas que tenho mantido com pessoas no terreno, é que os habitantes de Gaza já não acreditam que Israel vença a guerra e pensam cada vez mais que o Hamas sobreviverá. Por isso, a vontade das pessoas de se manifestarem contra o grupo e desafiarem a sua autoridade tem decrescido”, analisa o académico Gershon Baskin, ativista pela solução dos dois Estados e negociador da libertação de reféns, numa troca de mensagens com o Expresso sobre as conclusões do estudo, realizado pelo centro sondagens do Centro Palestiniano de Investigação e Políticas (PSR), com sede na cidade palestiniana de Ramallah.

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