Awad Darawshe tinha 23 anos quando morreu, a 7 de outubro, durante os ataques do Hamas, muito perto da Faixa de Gaza. O paramédico, um muçulmano israelita, tratava os feridos do festival Supernova quando foi apanhado na escalada de violência. Mohammad Darawshe, seu primo e o diretor de estratégia do Centro Givat Haviva para a Sociedade Partilhada – uma organização que trabalha para "criar pontes" entre os cidadãos judeus e árabes do país – apelou a que o exemplo de humanismo de Awad fosse seguido.
Analista de relações árabes-israelitas e da política de Israel, Mohammad Darawshe aceitou conversar com o Expresso, contando como a sociedade se radicalizou “intensa e rapidamente” desde 7 de outubro e assumindo os seus receios para o futuro. Um dia como aquele pode voltar a acontecer, garantiu, explicando que Israel tem sede de vingança e pode virar-se para outros países do Médio Oriente.
Por outro lado, os EUA têm uma janela de oportunidade estreita para continuar a apoiar o aliado: é que, com os índices de popularidade mais baixos do que os do republicano Donald Trump, Biden pode mesmo perder as eleições de 2024. Por isso, por mais que os EUA tenham “interesses” no Médio Oriente (como o “controlo” dos preços do petróleo), a guerra não poderá ser prolongada além de fevereiro, defende Darawshe, também ele um árabe com passaporte israelita.
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