Para dezenas das mais de 200 pessoas que se estima terem sido sequestradas por militantes do Hamas, a 7 de outubro, aproxima-se a libertação. Ao fim de mais de um mês, Israel e o Hamas chegaram a um acordo: 50 reféns em troca de 150 palestinianos detidos em Israel e um cessar-fogo de quatro dias das hostilidades em Gaza, explica a Reuters.
Raphael Cohen, especialista do grupo de reflexão americano Rand Corporation, descreve ao Expresso que “são obviamente boas notícias, em particular para os reféns e as suas famílias” e que espera que este desenvolvimento traga “alguma sensação de desfecho a parte das vítimas”. “Este tipo de acordos são complicados de negociar no geral, e nenhum dos lados confia no outro”, lembra Cohen. Além da dificuldade em estabelecer que reféns trocar por que palestinianos, o especialista frisa que o Hamas não queria que drones israelitas pudessem sobrevoar Gaza, uma estratégia que “Israel considera essencial à sua segurança”.
“De uma perspetiva política, a curto prazo todos conseguem parte daquilo que querem. Netanyahu obtém algum alívio da crescente pressão política doméstica para trazer os reféns para casa. O Hamas obtém algumas concessões tanto em termos de libertação de prisioneiros palestinianos e tempo para se reconstituir depois da intensa operação militar israelita ao longo do último mês e meio. Biden e os cataris obtêm uma vitória diplomática. E a população civil palestiniana também obtém um alívio dos combates”, analisou em resposta escrita ao Expresso.
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