Desde que o mundo parou para lamentar as mortes no hospital Al-Ahli, na Cidade de Gaza, na terça-feira à noite, até ao momento em que foi escrito este texto, muitos outros palestinianos morreram em outros bombardeamentos sobre a Faixa de Gaza. A frase do título é de um médico, mas de um médico de um outro hospital, o European Hospital, no sul do território, na cidade de Khan Younis, para onde milhares de pessoas se deslocaram quando Israel avisou que o norte não era seguro.
“Mundo livre, onde estás tu quando acontecem estes massacres cometidos contra estas pessoas, sofredoras e oprimidas?”, pergunta, num vídeo publicado pelo Ministério da Saúde de Gaza e reproduzido pela Al Jazeera, Yousef al-Akkad, que tem seis bebés mortos à sua frente. Uma maca chega para os deitar a todos.
“A vida é imprevisível, vivemos entre um momento completamente chocante e outro ainda mais chocante. Eu já estive abrigada no hospital Al-Ahli com a minha família, depois estive no hospital Al-Shifa, e dormi na rua, tal como as pessoas que estavam no parque de estacionamento”, conta ao Expresso Shahd Tawfeq, palestiniana de 26 anos, formada em Comunicação Social que tem partilhado com o Expresso, por mensagens, o seu dia a dia turbulento, em fuga de um sítio para o outro.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: afranca@impresa.pt