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Médio Oriente

De grande educador a traidor da pátria turca: o percurso de Fethullah Gülen, que foi aliado de Erdogan e acabou perseguido por ele

O pregador turco Fethullah Gülen durante uma entrevista em sua casa da Pensilvânia, em 2016
O pregador turco Fethullah Gülen durante uma entrevista em sua casa da Pensilvânia, em 2016
Matt Smith/Picture Alliance/Getty Images

Outrora líder de uma enorme confraria religiosa e rede de interesses que controlava meia Turquia, morreu no domingo, aos 83 anos, numa cama de hospital nos Estados Unidos, para onde se tinha exilado em 1999. Foi aliado e comparsa ideológico de Recep Tayyip Erdogan, no desmantelamento da Turquia laica fundada por Kemal Atatürk. Depois, tornou-se rival do atual Presidente, implacavelmente perseguido e acusado da autoria moral do golpe de Estado falhado de 2016

De grande educador a traidor da pátria turca: o percurso de Fethullah Gülen, que foi aliado de Erdogan e acabou perseguido por ele

José Pedro Tavares

Correspondente em Ancara

Desapareceu este domingo um homem que chegou a ser um dos mais poderosos da Turquia, sem nunca ter exercido qualquer cargo público. Muhammed Fethullah Gülen foi uma figura quase mitológica e escreveu um nebuloso e misterioso capítulo da história mais recente do seu país, própria de um enredo de telenovela turca, tão em voga estes dias.

Ao longo de mais de uma década, na sua quinta isolada e superprotegida na Pensilvânia rural, este ideólogo e pregador islâmico — que defendia a coexistência das religiões, apregoava a tolerância entre movimentos e seguia uma versão moderada do sufismo islâmico — conseguiu controlar um vasto império político, religioso e social com profundas ramificações na Turquia e em muitos países de África, Ásia e Médio Oriente. O seu movimento Hizmet (ao serviço, em turco) infiltrou profundamente a sociedade turca.

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