O candidato reformista Massoud Pezeshkian venceu a segunda volta das eleições presidenciais no Irão, ficando à frente do ultraconservador Said Jalili, anunciou este sábado, dia 6, o Ministério do Interior iraniano.
O deputado Pezeshkian, de 69 anos, recebeu mais de 16 milhões de votos contra mais de 13 milhões de Jalili, um antigo negociador do programa nuclear iraniano, num total de 30 milhões de boletins de voto contados, de acordo com as autoridades eleitorais. A taxa de participação foi de 49,8%.
Pezeshkian era conhecido por defender um Irão mais aberto ao Ocidente, enquanto Jalili, de 58 anos, era conhecido pela posição inflexível em relação às potências ocidentais.
As eleições foram acompanhadas de perto no estrangeiro, uma vez que o Irão está no centro de várias crises geopolíticas, desde a guerra em Gaza até à questão nuclear, em que está em desacordo com os países ocidentais, em particular os Estados Unidos, inimigo declarado.
Organizadas na sequência da morte do presidente ultraconservador Ebrahim Raissi num acidente de helicóptero, a 19 de maio, as eleições decorreram num contexto de descontentamento popular, nomeadamente em relação à situação da economia, atingida pelas sanções internacionais.
A participação na primeira volta, há uma semana, atingiu 39,92% dos 61 milhões de eleitores, o nível mais baixo dos últimos 45 anos da República Islâmica.
As figuras da oposição no Irão e na diáspora apelaram ao boicote da votação, considerando que os campos conservador e reformista representam duas faces da mesma moeda.
Presidente eleito estende "mão de amizade a todos"
"Vamos apertar a mão da amizade a todos. Todos pertencem a este país. Temos de usar toda a gente para o progresso do país. São nossos irmãos", declarou o político reformista à televisão estatal, na primeira declaração depois de conhecida a vitória. "Não tinha partido nem apoio. Estas pessoas vieram com amor e ajudaram, e eu agradeço", acrescentou, referindo-se aos apoiantes.
O deputado não fez qualquer referência à política internacional nestas primeiras declarações, depois de ter prometido uma aproximação ao Ocidente e de ter tentado reavivar o pacto nuclear de 2015 durante a campanha eleitoral.
Pouco conhecido no Irão no início da campanha, Pezeshkian ganhou popularidade com uma mensagem de moderação, aproximação ao Ocidente e críticas ao véu, sucedendo agora ao ultraconservador Ebrahim Raisi, que morreu num acidente de helicóptero em maio.
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