EUA negam que Irão tenha dado "aviso prévio" sobre ataque a Israel
Chefe da diplomacia iraniana garantiu que os países da região foram informados da operação 72 horas antes do início
Chefe da diplomacia iraniana garantiu que os países da região foram informados da operação 72 horas antes do início
A Casa Branca negou que o Irão tenha transmitido um "aviso prévio" do ataque contra Israel no sábado e disse que, apesar de uma troca de mensagens, nunca foram avançados horas ou alvos.
"Já vi o Irão dizer que emitiu um aviso prévio para ajudar Israel a preparar as defesas e limitar os danos potenciais. Este ataque falhou porque foi derrotado por Israel, pelos Estados Unidos e por uma coligação de outros parceiros empenhados na defesa de Israel", disse o porta-voz de segurança da Presidência norte-americana, John Kirby, numa conferência de imprensa na segunda-feira.
O ataque "acabou por falhar", apesar do lançamento de mais de 300 drones de ataque, mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro, acrescentou.
"Nunca nos foi enviada qualquer mensagem, nem a nós nem a ninguém, sobre o calendário, os alvos ou o tipo de resposta", insistiu o porta-voz.
O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, também negou que Teerão tenha avisado do ataque com 72 horas de antecedência, como tinha afirmado anteriormente o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hosein Amir Abdolahian.
No domingo, o chefe da diplomacia iraniana tinha indicado que os países da região foram informados da operação 72 horas antes do início: "Informámos os nossos vizinhos e os países da região de que a resposta da República Islâmica do Irão no quadro da legítima defesa é certa".
O objetivo da ofensiva, lançada na noite de sábado, foi "apenas e só para o regime israelita", acrescentou.
"O facto de nos limitarmos à legítima defesa e ao castigo do regime sionista significa que não definimos qualquer alvo civil na nossa resposta e que as nossas forças não visaram um local económico e populacional", afirmou Abdolahian.
Na noite de sábado, o Irão atacou Israel com cerca de 300 drones e mísseis, a grande maioria dos quais foi intercetada fora do espaço aéreo israelita, como resposta ao bombardeamento do consulado iraniano na Síria, atribuído a Israel, que destruiu o edifício e causou 13 mortos, incluindo dois generais iranianos.
O ataque sem precedentes do Irão a Israel, que provocou ferimentos graves numa pessoa e ligeiros noutras oito, suscitou fortes condenações em todo o mundo e apelos à contenção.
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